Imagine que você tem em mãos um molho de cinco chaves. Você lembra que não faz muito tempo que descobriu que elas poderiam aguçar suas habilidades e desenvolver novas capacidades. Com uma delas, por exemplo, você tem percebido que tornou-se uma pessoa muito mais criativa e imaginativa. Essa seria a chave mais misteriosa e intrigante: ficou muito mais natural evocar imagens, sentimentos, sensações e conceitos; de imaginar novas possibilidades e transcender ideias convencionais.

Algumas paixões foram acesas por outra chave, a ponto de você tornar-se uma pessoa sempre envolta em suas próprias investigações e descobertas. Buscou até mesmo reconfigurar sua vida para priorizar tempo e condições para se dedicar a essas paixões, inclusive, sem se preocupar com as expectativas dos outros.

Desde que descobriu o potencial dessas chaves, você as mantém por perto, porque elas têm conduzido sua vida a novos patamares. Na sua vida profissional, têm levado à uma maior maestria, o que mantém o trabalho que realiza à frente da automação e da substituição.

E aí, você lembra que mora no Brasil, um país onde não há estímulos que ajudem as pessoas a despertarem para essas cinco chaves. Primeiramente porque o acesso à educação, a começar pela infância, é extremamente desigual. A maioria dos brasileiros passa a vida toda carregando essas chaves no bolso ou esquecidas em uma porta qualquer, sem jamais se dar conta do imenso valor que possui. 

Essas chaves são as cinco principais meta-habilidades que poderiam ajudar muita gente a alcançar o seu verdadeiro potencial, compreendendo o que significa ser humano no século XXI em um mundo globalizado, complexo e de rápidas mudanças.

Metaskills: Five Talents for the Robotic Age (Meta-habilidades: Cinco Talentos para a Era Robótica, em tradução livre),livro de Marty Neumeier

Podemos considerar que Metaskilling ou meta-habilidade é uma habilidade-mestra que amplia e ativa outras habilidades, seja para o upskilling (aprimoramento de habilidades) ou para o reskilling (desenvolvimento de novas habilidades ou requalificação profissional) e, tanto para as habilidades comportamentais e emocionais (soft skills), quanto para as habilidades técnicas (hard skills). 

A empatia, da meta-habilidade SENTIR, por exemplo, aprimora suas relações pessoais e profissionais e até pode melhorar consideravelmente o design de um produto ou serviço. Se você desenvolve um produto desejado pelo seu público-alvo e que, além da percepção de utilidade e de diferenciação, os consumidores ou usuários também tenham uma experiência prazerosa ao usarem, esse produto terá uma percepção de valor muito mais alta. 

Agora, considere que, de todas as habilidades que você hoje possui, 44% delas podem mudar nos próximos cinco anos e precisarão ser atualizadas, conforme estimou o recente estudo global do Fórum Econômico Mundial, O Futuro do Empregos, 2023. Nele, são mostrados três dados que merecem nossa atenção:

Primeiro, seis em cada dez profissionais precisarão de upskilling e reskilling até 2027, mas apenas metade deles terá acesso a oportunidades de desenvolvimento adequadas.

Segundo, as empresas esperam que 43% das tarefas hoje realizadas por humanos sejam automatizadas até 2027.

E terceiro, espera-se que, até 2027, 83 milhões de empregos acabem e 69 milhões sejam criados. Isso representa uma redução de 14 milhões de postos de trabalho, ou 2%.

Como lidar com esses desafios?

O mundo está sendo moldado pela inteligência artificial – a consultoria McKinsey, por exemplo, prevê que a IA generativa possa automatizar tarefas que tomam 60% a 70% do nosso tempo hoje. 

“A tecnologia irá assumir empregos que não precisam de um alto grau de criatividade, humanidade ou liderança.” reflete Marty Neumeier, autor das 5 Metaskills. Para ele, nossas habilidades ainda são básicas para lidar com os desafios atuais caracterizados pela interconectividade, não linearidade e amorfismo, e ainda, que precisaríamos mudar nosso pensamento para o modo dinâmico, holístico e criativo.

Nesse contexto, as habilidades humanas se tornam cada vez mais valorizadas, o que consiste em mais um enorme desafio para o nosso país, diante da desigualdade de acesso dos brasileiros à educação básica e profissional, além da falta de investimentos em treinamento e desenvolvimento.

Nunca foi tão importante aprofundar uma competência humana primordial: aprender a aprender.

Em um mercado de trabalho cada vez mais digitalizado e automatizado, as meta-habilidades são ferramentas valiosas, como vimos acima, para aprimorar e desenvolver novas habilidades. Pense em um trampolim impulsionando a qualificação e o desenvolvimento, nos tornando mais porosos e hábeis para aprender, desenvolver, praticar e consolidar novos conhecimentos.

A meta-aprendizagem, que fica no polegar da mão (veja na imagem mais acima), é a chave para abrir todas as outras habilidades. Ela estimula a olhar e entender como, quando, onde e o que nos faz aprender mais e melhor.

É como se fosse uma espiral: a meta-aprendizagem se liga ao upskilling e reskilling em um movimento cíclico que vai subindo para novos patamares e alargando-se. A cada novo ciclo, você compreende melhor o seu processo de aprimoramento e de desenvolvimento de habilidades, passando a absorver e aplicar melhor o conhecimento.

E o que a meta-aprendizagem tem a ver com habilidade linguística?

O último relatório do Fórum Econômico Mundial colocou a habilidade linguística e de falar vários idiomas como a 18ª aptidão mais importante a ser desenvolvida (imagem abaixo). 

Em um mundo globalizado e conectado, falar dois ou mais idiomas abre as portas para oportunidades globais, para maior empregabilidade e para interagir e colaborar em redes mundo afora.

O inglês, hoje, é a língua oficial no mundo dos negócios, da ciência, da tecnologia, das artes e da comunicação, mas apenas 5% dos brasileiros têm algum conhecimento desse idioma. Desses, apenas 1% possui fluência na língua, de acordo com pesquisa do British Council. Em um mundo globalizado e conectado, esses baixos percentuais comprovam a precarização da educação no Brasil. Iremos falar em breve desse desafio em outro artigo. 

Sendo a habilidade linguística tão fundamental no mercado de trabalho, principalmente o inglês, como jovens e profissionais poderiam desenvolver e aprimorar o seu jeito de aprender esse idioma?  

É aqui que entra a meta-aprendizagem!

À medida que a sua espiral se amplia, você vai aprendendo como aprender melhor, ou seja, aprende a aprender! Com isso, seu processo de aprendizagem se torna mais fluido e assertivo, passando a enxergar nele significado e conexão com suas necessidades e vontades. Além disso, cria-se uma maior consciência e criticidade, o que faz você repelir “soluções padronizadas.”

Talvez você deve estar se perguntando: “Entendi a conexão entre meta-aprendizagem e aprender a aprender. Mas como colocar isso em prática para o inglês?”

Acrescentar “vida” a uma vida inteira de aprendizado (lifelong learning)

Essa é a missão da Pearson, e não por acaso, essa missão traz em si um viés de meta-aprendizagem. Justamente por isso, as soluções que oferecem são baseadas em uma metodologia personalizável em formato, duração, nível e outros diferenciais pensados para abraçar as necessidades de cada pessoa conforme sua disponibilidade, interesse, fase de vida e objetivo.

A missão é tão intimamente conectada ao Metaskilling que desenvolveram uma metodologia de mensuração e acompanhamento do aprendizado de inglês, a Escala Global de Inglês (The Global Scale of English – GSE), uma ferramenta mais individualizada e simplificada, para atender à realidade de todos as pessoas e públicos.

Iremos falar dessa nova solução em breve. Por ora, convidamos você a assistir esse rápido vídeo.

Para saber mais, acesse aqui e aqui.

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