Milhões de pessoas, no mundo todo, estão enfrentando incertezas em relação ao mercado de trabalho. A pandemia hoje não é somente um problema global de saúde pública, mas também aprofunda desigualdades já existentes, com impactos econômicos e sociais que afetarão a subsistência e o bem-estar de milhões de pessoas a longo prazo.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a reativação do mercado de trabalho na América Latina e no Caribe será lenta para que os principais indicadores voltem aos níveis de antes da crise da COVID-19. A OIT aponta que durante o primeiro semestre de 2020, o desemprego saltou para uma média de 6,6%, com uma perda estimada de horas de trabalho equivalente a 495 milhões de empregos no segundo trimestre de 2020. A OCDE prevê que as taxas de desemprego podem dobrar até o final de 2020.

Agora, em sua terceira edição, o relatório Future of Jobs 2020 do Fórum Econômico Mundial (WEF), mapeia empregos e habilidades do futuro, que irão acompanhar o ritmo de todas essas mudanças. Os principais achados são:

1. A COVID-19 terá um efeito duradouro

Não há dúvida que a pandemia acelerou a chegada do futuro do trabalho. A pesquisa do WEF constatou que 50% das empresas pretendem acelerar a automação da força de trabalho, enquanto mais de 80% devem expandir a digitalização de seus processos.

(Fonte: Future of Jobs 2020, Forum Econômico Mundial)

A crescente automação significa que empregos que forem eliminados certamente não irão mais voltar, e aqueles que voltarem vão exigir novas formas de se trabalhar e de novas habilidades.

2. A automação continuará a crescer

O relatório da WEF projeta que, até 2025, as horas de trabalho realizadas tanto por máquinas quanto por pessoas serão exatamente iguais.

(Fonte: Future of Jobs 2020, Forum Econômico Mundial)

Cerca de 85 milhões de funções serão substituídas pela automação – principalmente em funções manuais ou repetitivas, abrangendo tanto empregos de colarinho azul quanto de colarinho branco – ou seja, de operários de montagem a contadores.

3. Novos empregos surgem

O relatório também prevê que 97 milhões de novos empregos surgirão até 2025.

97 milhões de empregos em crescimento e 85 milhões em declínio. (Fonte: Future of Jobs 2020, Forum Econômico Mundial)

As funções que mais serão demandadas para o futuro são: Analistas de Dados e Cientistas; Especialistas em Inteligência Artificial (IA) e Aprendizado de Máquina; Engenheiros de Robótica, Software e Desenvolvedores de Aplicativos; especialistas em Transformação Digital; Analistas de Segurança da Informação; e especialistas em Internet das Coisas (IoT).

4. As habilidades mais desejadas são uma mistura de hard skills e soft skills

Saber como trabalhar e se relacionar com pessoas é (e continuará sendo) fundamental. O foco em habilidades como resolução de problemas e autogestão, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade, fica mais evidente em função da pressão dos trabalhadores para se adaptar a formas mais digitais de trabalhar.

As 10 principais habilidades pensando em 2025. (Fonte: Future of Jobs 2020, Forum Econômico Mundial)

Gerenciamento de Produto, Marketing Digital e Desenvolvimento de Software são capacidades consideradas essenciais para profissões emergentes. O WEF calcula que a requalificação para as funções do futuro exigirá um investimento de tempo que pode variar de três semanas a cinco meses.

5. O capital humano é cada vez mais importante

Empresas e seus gestores estão convencidos da importancia de se construir capital humano – com 66% acreditando que terão um retorno do investimento dentro de um ano, com o treinamento de colaboradores.

40% das core skills (habilidades essenciais) podem mudar nos próximos 5 anos. (Fonte: Future of Jobs 2020, Forum Econômico Mundial)

Dados dos últimos cinco anos mostram que as pessoas normalmente não precisam de um conjunto perfeito de habilidades para fazer uma transição para novas funções. A escala do desafio é significativa, com os empregadores buscando realocar internamente metade de seus colaboradores. Enquanto isso, cerca de 40% das habilidades do trabalhador médio precisarão ser atualizadas para atender às demandas dos futuros mercados de trabalho. Os empregadores estão enfrentando esse desafio por conta própria – apenas 21% podem aproveitar o financiamento do governo para oferecer programas de treinamento.

O relatório Future of Jobs 2020 destaca a crescente urgência de apoiar trabalhadores que estão sendo deslocados ou que estejam em risco enquanto possam se qualificar para “empregos de amanhã”. O momento atual exige que líderes empresariais, governamentais e de políticas públicas concentrem esforços para que os trabalhadores possam prosperar na nova economia.

Crédito da imagem da capa: Malte Mueller/Getty Images

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Lilia Porto

Economista, fundadora e CEO do O Futuro das Coisas. Como pensadora e estudiosa de futuros tem contribuído para acelerar os próximos passos para organizações e para uma sociedade mais justa e equitativa.

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