Você sabia que viver perto da água, seja o mar, rio ou lago, traz benefícios reais para a saúde e o bem-estar?

Diversos estudos comprovaram isso. E, não é só apenas você poder participar de alguma atividade física na água, mas, só o fato de estar perto dela, isso já influencia positivamente a mente e o corpo.

Para aprimorar a experiência das pessoas com a água, diversas cidades no mundo criaram os seus “waterfronts” ou orlas urbanas.

Os waterfronts são espaços públicos vibrantes, que atraem as pessoas para caminhadas, pescas, piqueniques, comércio, enfim, uma multiplicidade de usos.

Mas, não é fácil criar um espaço assim. A ideia é começar pequeno e crescer! Com 32 anos de experiência trabalhando para melhorar waterfronts no mundo todo, a Project for Public Spaces (PPS), uma organização sem fins lucrativos, recomenda aos urbanistas e governantes 9 passos.

Esses nove passos servem como estrutura para qualquer projeto de waterfront.

Antes de irmos aos passos, talvez você esteja pensando que criar um waterfront seja algo muito fora da realidade para a sua cidade. Sim, mas pode-se começar algo pequeno e não custa você saber as melhores práticas, pois um dia, quem sabe, sua cidade planeje (e tenha orçamento) para revitalizar ou criar um espaço tão valioso assim para as pessoas.

Vamos aos passos:

1- PRIMEIRO ANALISAR BEM O ESPAÇO PÚBLICO

Deve-se prever um espaço multiuso que se encaixe com os objetivos comuns da comunidade. Priorizar as vias de pedestres. A nova construção deve melhorar a qualidade dos destinos existentes e resultar em um todo que é maior do que a soma de suas partes.

2- OS OBJETIVOS DO PÚBLICO ESTÃO EM PRIMEIRO LUGAR

Waterfronts são muito valiosos para simplesmente permitirmos que os desenvolvedores decidam o que irá acontecer lá. É preciso envolver todo mundo.

Waterfronts de sucesso alcançam toda a comunidade, como acontece com a Paris Plage, uma praia do Rio Sena. (Foto de Pascal Le Segretain/Getty Images)

 

3- CRIAR EM CIMA DOS ATIVOS EXISTENTES

A identidade do local deve ser preservada, melhorando a “vibe”. Construções devem ser preservadas se forem compatíveis com a atividade das pessoas na orla.

4- CRIAR UMA VISÃO COMPARTILHADA DA COMUNIDADE

Definir as metas e preparar o palco para as pessoas pensarem com ousadia para criar novas possibilidades para a sua orla. Essa visão pode ser implementada gradualmente, começando com pequenos experimentos e tornando-se mais poderosa com o entusiasmo do público para que apoiem mudanças mais radicais.

5- A “FORÇA DOS 10”

Criar dez grandes destinos ao longo do waterfront, uma ideia que a PPS chama de “Power of Ten.” Moradores, empresas, organizações comunitárias, todos se juntam para ajudar a identificar os principais destinos, e, em seguida, definem os usos e as atividades que eles querem em cada um.

6- CONECTE DESTINOS AO LONGO DO WATERFRONT

As pessoas poderão caminhar ao longo do waterfront usufruindo de uma variedade de atividades ao longo dos destinos. Outro elemento-chave é atrair pessoas que venham a pé ou de bicicleta, em vez de carros.

7- OPORTUNIDADES PARA MAXIMIZAR O ACESSO DO PÚBLICO

É fundamental que a orla seja acessível para todos e tenha acesso contínuo: waterfronts com interrupções (mesmo em trechos pequenos) diminuem muito a experiência das pessoas segundo a PPS, caindo a sua popularidade. Outra coisa: as pessoas devem interagir com a água de várias maneiras: natação, pesca, fontes, piscina, etc. A água é essencial!

waterfront san diego

Waterfront de San Diego, nos EUA (Crédito: Charlie Neuman)

 

8- EQUILIBRAR OS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS COM AS NECESSIDADES HUMANAS

Convocar biólogos marinhos, ambientalistas, etc. Por exemplo, é possível promover a restauração de linhas costeiras naturais. Mas, esta restauração não deve impedir o uso para as pessoas: deques de madeira, exposições interpretativas, parques infantis e áreas de piquenique podem ser incorporados ao projeto costa sem sacrificar os benefícios ambientais.

9- COMEÇAR PEQUENO PARA FAZER DEPOIS GRANDES MUDANÇAS

Bons espaços públicos não surgem da noite para o dia. Grandes projetos inviabilizam-se porque são caros e levam tempo. Ações de curto prazo, como o plantio de flores, pode ser uma boa maneira de começar, não só para testar ideias, mas também para dar às pessoas a confiança de que a mudança está ocorrendo – e as que suas idéias importa.

Links úteis:

Os 9 passos detalhados da PPS estão aqui

As 10 qualidades para criar ótimos destinos para um waterfront, estão aqui

Como transformar um waterfront, aqui

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