Há uma ansiedade generalizada em relação à automação: se irá tirar os empregos ou se irá dominar o mundo.
A realidade é que robôs que substituem humanos não são mais ficção científica. Em 2013, Carl Benedikt Frey e Michael Osborne, da Universidade de Oxford, utilizaram um algoritmo de aprendizagem de máquina para avaliar com que facilidade 702 diferentes tipos de trabalho nos Estados Unidos poderiam ser automatizados. Eles concluíram que 47% poderiam ser feitos por máquinas “na próxima década ou nas próximas duas”.
Agora, um novo estudo da OCDE, organização internacional formada por países considerados ricos, com economias com um elevado PIB per capita e Índice de Desenvolvimento Humano, utiliza uma abordagem semelhante para a análise em 32 países desenvolvidos.
Os empregos nos países nórdicos, assim como nos países anglo-saxônicos e nos Países Baixos, são menos automatizáveis do que os empregos nos países da Europa Oriental.
A técnica utilizada pela OCDE difere do estudo de Frey e de Osborne ao avaliar a capacidade de automatização de cada tarefa em um determinado trabalho, com base em uma pesquisa de habilidades de 2015. No geral, o estudo constata que 14% dos empregos nestes 32 países são altamente vulneráveis, tendo pelo menos 70% de chance de automação. Outros 32% também correm risco, com uma probabilidade entre 50% e 70%. Com as atuais taxas de emprego, isso coloca 210 milhões de empregos em risco nos países estudados.
Contudo, essa automação não será sentida de forma uniforme. O estudo constata uma grande variação entre os países: por exemplo, os empregos na Eslováquia são duas vezes mais vulneráveis do que os da Noruega. Em geral, os trabalhadores dos países ricos parecem sofrer menos em risco do que aqueles que vivem em países de renda média. Mas, existem grandes lacunas entre países de riqueza similar.
É importante ressaltar que o risco de automação é diferente para cada ocupação: o maior risco está na preparação de alimentos, na construção, na limpeza, na condução de veículos, no trabalho agrícola e na fabricação de roupas.
As diferenças na estrutura organizacional e no mix da indústria desempenham um papel importante. Na Coreia do Sul, por exemplo, 30% dos empregos estão na indústria, contra 22% no Canadá. No entanto, em média, os empregos coreanos são mais difíceis de automatizar do que os canadenses. A explicação pode ser porque os empregadores coreanos encontraram maneiras de combinar – no mesmo trabalho, e sem reduzir a produtividade – as tarefas de rotina com as tarefas sociais e criativas, que computadores ou robôs não podem fazer. Outra explicação mais sombria seria o “viés de sobrevivência”: os trabalhos na Coréia parecem mais difíceis de automatizar apenas porque as empresas coreanas já transferiram a maioria dos trabalhos automatizáveis para as máquinas.
Fonte: The Economist
Crédito da imagem da capa: Chung Sung-Jun / Getty Images
Muito bem abordado o tema, parabéns pelo texto. Passarei seguir o site.