Assim como a tecnologia está evoluindo à velocidade da luz, o comportamento do consumidor irá mudar de maneira imprevisível até 2020.
A forma como os profissionais de marketing reagem e se beneficiam dessa evolução nos próximos 3 anos é a questão central dessa matéria.
Os consumidores agora influenciam a forma como as empresas se relacionam com eles e não apenas o contrário: marcas influenciando consumidores.
Assim, é crucial que a sua empresa trabalhe em um cronograma que combine com a cultura do seu público e não só com campanhas publicitárias.
A complexidade do marketing moderno só vai continuar a aumentar.
Com essa crescente complexidade, O Futuro das Coisas fez um apanhado geral das novidades na área do Marketing e selecionou 5 “coisas” que, na nossa opinião, mais irão impactar essa área nos próximos 3 anos.
1- Chatbots
Cortesia da imagem: Slash Gear
A essência do marketing é a conversa, é a interação entre a sua empresa (marca) e os seus clientes e potenciais clientes.
Só que a “conversa do marketing” se tornará uma “conversa homem-máquina”.
2017 será o ano dos bots preveem Brian Halligan e Dharmesh Shah, co-fundadores do HubSpot em seu keynote sobre o passado e o futuro do marketing na Inbound 2016.
Halligan acredita que “em cinco anos, iremos usar menos os aplicativos e conversar mais com os bots.”
Shah relembra que as empresas começaram a construir seus sites na década de 1990 com o objetivo de responder às perguntas dos clientes 24 horas por dia, 7 dias por semana. “Agora elas vão começar a construir bots. Serão eles que irão empoderar os sites. O menor tempo entre uma pergunta do cliente e uma resposta, chama-se bot.”
Enquanto ao longo dos últimos 20 anos essa “conversa” foi conduzida através de uma tela de computador com a ajuda de um teclado, agora ela se transforma em uma conversa homem-máquina.
E já há um verdadeiro boom no uso de chatbots para diminuir os problemas de call center e em automação de processos.
“A conversação UI”, diz Shah, “vai ser um salto ainda maior em software do que tínhamos com a mudança para o software baseado na Web”. É a maneira mais natural de se envolver, interagir e vender: “Nós teremos “a voz” porque é muito melhor e mais eficiente [do que digitar] e “o visual” porque é melhor do que ouvir – nós podemos ver e ler muito mais rápido do que podemos ouvir.”
Também veremos um aumento de produtos de inteligência artificial, assim como os chatbots, onde o usuário ou o visitante pode encontrar respostas sem ter que pesquisar. Basta fazer uma pergunta no WhatsApp, por exemplo, e o bot vai encontrar a resposta.
2- A Inteligência Artificial
Crédito: ankarb/Thinkstock
A AI tanto vai acelerar o marketing quanto as vendas.
Nos próximos anos vamos ter mais autonomia pra fazer as coisas, como também será crescente a automação do marketing.
A aprendizagem de máquina (machine learning) irá melhorar os softwares de marketing, dando-lhes capacidade de fazer coisas sem explicitamente termos que dizer-lhes o que fazer.
Como resultado, tarefas como pontuação preditiva de Leads (potenciais clientes), recomendações de conteúdo para eles e capturas de e-mails vão ficar muito mais fáceis.
Outro exemplo interessante que Shah apontou em seu keynote é o que ele chama de “Match.com for leads” – A automação encaminha o Lead à pessoa certa da área de vendas com base na análise dos dados sobre o Lead e sobre a equipe de vendas.
Mas, não se preocupe!
Os profissionais de marketing não serão substituídos pela AI. Apenas evitarão tarefas chatas e operacionais.
Qualquer coisa que pareça rotineira ou mecânica, não faz sentido que os humanos façam. Tudo deveria ir para a AI” – Dharmesh Shah
Os profissionais de marketing devem continuar envolvidos, mas com coisas que tenham a ver com criatividade, com a compreensão do cliente, com a descoberta de posicionamento, e com conversas reais com outros humanos.
Ou seja, os profissionais de marketing irão fazer mais design de interação do que o trabalho mecânico do marketing. Os bots que trabalham como assistentes virtuais ajudarão com aquele tipo de trabalho que alguns vendedores não gostam de fazer, como atualizar o CRM.
3- Big Data
Crédito: KIRILL KUDRYAVTSEV / AFP/Getty Images
O desenvolvimento de algoritmos irá se tornar uma commodity e os dados se tornarão o principal diferencial.
Qualquer pessoa pode comprar algoritmos “off-the-shelf”, ninguém tem que aprender sobre a aprendizagem da máquina. E o que irá acontecer?
Cada vez mais empresas começarão a fazer coisas com autonomia, sem precisar ter um time de PhDs. O importante será ter os dados que podem alimentar o algoritmo de aprendizagem da máquina.
A alma do novo marketing não é apenas o novo tipo de conteúdo que você precisa produzir para chamar a atenção dos compradores – mas também o novo alimento para os dados da alma. Para ter sucesso com o marketing, a empresa precisa ter todos os dados ao seu alcance, os dados sobre o que as pessoas fazem em seu site e os dados sobre as necessidades e desejos que elas representam.
Segundo Gil Press, que escreve sobre tecnologia e inovação na Forbes, o Gráfico de Links será substituído pelo Gráfico de Engajamento. “O Google ganhou fama e fortuna porque criou o melhor gráfico de links, indexando e mapeando as conexões entre todas as páginas da Web, e determinando a qualidade do conteúdo por popularidade, ou seja, links de entrada. A Amazon construiu o Product Graph e hoje, mais de 50% das pessoas que procuram um produto, primeiro retornam à Amazon. O Facebook construiu o Social Graph conectando 1,79 bilhão de pessoas, e elas usam sua caixa de pesquisa 2 bilhões de vezes por dia. Mas o futuro pertence ao Gráfico de Engajamento, onde a qualidade do conteúdo é determinada pelo número de pessoas que estão ouvindo, interagindo, e se engajando.”
A tecnologia do Big Data é transformadora e é capaz de acompanhar instantaneamente padrões e tendências de comportamento humano usando mídias sociais, interações digitais, atividades de negócios e outras coisas. Os profissionais de marketing e de vendas podem usar informações para analisar interesses e hábitos dos clientes.
Há uma série de startups que estão trazendo esta tecnologia para as massas. Um exemplo é a Optimove, que é especializada em marketing digital de precisão usando a análise preditiva e o Big Data para se conectar com os clientes em um nível mais profundo.
Os gráficos abaixo representam 14 categorias de software e mostram a quantidade de dólares investidos em cada categoria indexada aos níveis de 2010. Veja o crescimento da categoria Marketing Tech:
Outra coisa é a Internet das Coisas alimentando o BigData. À medida que os dispositivos conectados se fundem em ecossistemas funcionais e produtivos, as empresas encontrarão novas maneiras de usar dados conectados para uma experiência de marca contínua.
4- Realidade Virtual e Aumentada
Cortesia da imagem: Deezen
A realidade virtual (VR) e a realidade aumentada (AR) tornaram-se reais.
Segundo Shaun Walker, Creative Director/Co-Founder of HEROfarm, elas irão se tornar maistream.
As empresas vão finalmente começar a ver as possibilidades e potencialidades que oferecem essas duas tecnologias.
No ano passado, nós testemunhamos um fenômeno cultural de AR com o Pokémon Go. Pois podemos nos preparar para o uso mais direto de AR dentro de aplicativos, tanto em experiências envolventes quanto tangencialmente relacionadas.
Os consumidores que visitam os mundos VR / AR, transferindo seus movimentos / gestos em tempo real para o ambiente virtual, finalmente irão pode se tornar participantes ativos em vez de espectadores.
Embora estas duas tecnologias sejam complexas e desafiadoras no sentido de serem implementadas pelas marcas, elas são uma tendência. Nos próximos anos, vamos ver muito mais conteúdos de realidade virtual / aumentada por aí.
5- Transparência
Cortesia da imagem: Pitchfork
A transparência é a nova ordem.
Os consumidores esperam mais informações das marcas que usam e esperam que elas façam o bem.
As pessoas querem saber quem são as marcas e o que elas representam, recompensando-as aquelas que têm valores semelhantes aos seus.
A pergunta que o seu consumidor irá cada vez mais fazer à sua marcas é: “Ela é boa para mim (o consumidor) e boa para nós (a sociedade como um todo)?”
Para Chris Brandt, executiva de marketing da Taco Bell Corp, as marcas precisam ser mais transparentes de uma maneira genuína e autêntica – demonstrando os seus valores.
Se assim o fizerem, elas vão ganhar os corações e as mentes dos consumidores. “Haverá uma mudança de falar para o mundo para fazer o mundo falar”, diz Chris.
As pessoas não querem se sentirem “vendidas”, por isso as marcas devem buscar criar engajamento e conversas (usando as “4 coisas” acima) em cada ponto de interação com o consumidor.
O objetivo é tornar tudo um catalisador para a “conversa”.
Sua empresa deve querer que as pessoas perguntem: “O que é esse produto, o que você faz de bom para os outros, o que os outros dizem sobre isso?” Tudo deve ser motivo para uma conversa.
Afinal você quer que as pessoas adorem o seu produto, se preocupem com a sua marca e queiram compartilhá-la com os outros.
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