Semana passada, eu estava com nossa equipe em uma reunião mensal com um dos maiores clientes internos da organização a qual trabalho e uma das pautas foi a entrega, de nossa parte, de mais um relatório, só que dessa vez, produzido a maior parte de forma automatizada.
A partir de agora, não será mais necessária a participação direta do ser humano para gerar informações produzidas a partir de um verdadeiro quebra-cabeça. Basta, então, apenas filtrar alguns parâmetros e ao apertar um botão, um trabalho que levava horas, passa a não levar mais de um ou dois minutos.
Na ocasião, quase que de forma unânime, comentaram, em tom de brincadeira, que o nosso estagiário, responsável por esta atividade, agora ficaria sem fazer nada.
Imediatamente, respondi que ao contrário, já que agora ele teria que se dedicar a atividades mais relacionadas à resolução de problemas usando sua criatividade, pensamento analítico e inovativo e inteligência social.
A minha resposta é lógica. Afinal o cérebro humano se desenvolve a tal ponto de ter a capacidade de realizar várias atividades atreladas ao raciocínio, criatividade etc. O ser humano (homo sapiens) é a espécie viva evolutiva que se difere das demais por possuir inteligência e razão. É um ser social que consegue conviver em sociedade e influenciar ou ser influenciado por determinados comportamentos, e também consegue se adaptar e evoluir em diversas situações
Então, sobre esta questão dos empregos e a relação entre máquinas e humanos, entra a Singularidade Tecnológica.
Singularidade Tecnológica
A ideia de singularidade, geralmente, é utilizada para apresentar características físicas e comportamentais que se distinguem do que é considerado padrão, podendo ser usada de maneira específica em diversas áreas do conhecimento.
Cientistas usam essa ideia para exprimir tudo o que está além da capacidade de previsibilidade. O engenheiro e futurista Ray Kurzweil, fundador da Singularity University, prevê que a singularidade deverá acontecer dentro dos próximos 30 anos.
Nesse contexto, o que seria a Singularidade?
Segundo Kurzweil, é o fenômeno da aceleração exponencial do universo, da biologia e da tecnologia. Para ele, exclusivamente no ambiente da tecnologia, a partir do crescimento da capacidade computacional, podemos esperar retornos cada vez mais desproporcionais às iniciativas tecnológicas. E nós, seres humanos, internalizarmos a ideia de que em algum momento futuro a inteligência artificial vai superar a inteligência humana.
Isso recebeu o nome de Singularidade Tecnológica a partir do texto do cientista e escritor Vernor Vinge. O artigo “The Coming Technological Singularity: How to Survive in the Post-Human Era”, de 1993, considera o evento iminente, previsto para ocorrer antes de 2030, e que pode transformar radicalmente a civilização.
Estas previsões acabaram conquistando seu espaço e hoje pode-se dizer que estão refletidas na Lei de Moore. Em abril de 1965, Gordon Earle Moore, então presidente da Intel, profetizou que a quantidade de transistores que poderiam ser colocados em uma mesma área dobraria a cada 18 meses, mantendo-se o mesmo custo de fabricação, mostrando assim, consistentemente o crescimento exponencial da capacidade computacional ocorrido ao longo dos anos.
Toda vez que uma tecnologia encontra barreiras, novas tecnologias são inventadas para ultrapassar tudo o que estiver pela frente. As mudanças tecnológicas serão tão rápidas e tão profundas que pode ocorrer o que Kurzweil descreve como uma ruptura no tecido da história humana:
Uma análise da história da tecnologia demonstra que a mudança tecnológica é exponencial, ao contrário do senso comum “visão linear ‘intuitivo. Portanto, não teremos a experiência de 100 anos de progresso no século 21 — ele será mais parecido com 20 mil anos de progresso (na taxa de hoje). Os “retornos”, como a velocidade do chip e custo-efetividade, também aumentam exponencialmente. Há ainda o crescimento exponencial na taxa de crescimento exponencial. Dentro de algumas décadas, a inteligência da máquina irá superar a inteligência humana, levando à singularidade — mudança tecnológica tão rápida e profunda que representa uma ruptura no tecido da história humana. As implicações incluem a fusão da inteligência biológica e não biológica, software-humano, imortal, e ultra-altos níveis de inteligência que se expandem no universo na velocidade da luz.”
Isso tudo pode causar a você preocupação com o futuro e até quanto ao papel do ser humano em um mundo em que boa parte do trabalho poderá ser realizado por robôs.
Entretanto, de forma análoga, a progressão intelectual dos seres humanos também aumenta exponencialmente. À medida que descobrimos maneiras mais eficazes de fazer as coisas, também descobrimos melhores formas de aprender. Como exemplo, temos a Sociedade 5.0, que é uma revolução que promete colocar o mundo ao nosso favor e reposicionar as tecnologias que criamos em nosso próprio benefício, visando melhorar a qualidade de vida. A posição do ser humano desloca-se para o centro da inovação e da transformação tecnológica. Os sistemas inteligentes deixam de ser categorizados como inimigos, transformando-se em aliados para resolver problemas sociais e complexos.
Voltando à singularidade tecnológica, uma leitura recomendada é Homo Deus. Nele, o professor israelense Yuval Noah Harari, de forma bem resumida, relata que a tecnologia é hoje uma extensão do corpo humano e que isso nos levará ao patamar de “deuses” com ampliação das nossas capacidades.
Relação Ser Humano e Máquina
A Inteligência Artificial (IA) ainda está no jardim da infância. A virada, de fato, ocorrerá se um dia ela for capaz de auto produzir uma segunda geração ainda mais sofisticada e inteligente do que ela própria. Isso trará implicações diretas ao mercado de trabalho.
Entretanto, se de um lado profissões e atividades repetitivas terão fortes probabilidades de desaparecer, por outro lado surgem oportunidades dentro de dificuldades e desafios, como por exemplo, novas profissões em torno desta cadeia produtiva da IA.
Uma delas é o “gestor de empatia” de robôs. Em outras palavras, o “humano” assume a tarefa de humanizar robôs, dando um toque mais pessoal e empático nas interações com o interlocutor, e na tomadas de decisões, aproximando-se da “Consciência Artificial (CA)”.
Existe uma diferença entre IA e CA, e é plausível destacar. A primeira, é a capacidade de resolver problemas; já a CA é capacidade de sentir problemas. Pelo menos, até agora, não se prevê indícios de que os computadores se tornarão conscientes, e que poderão sentir. Se, de fato, é isso que nos vai diferenciar dos robôs, temos, então, que desenvolver ainda mais a consciência humana.
Como estamos falando de evolução exponencial das máquinas, quanto mais as utilizarmos, mais os sistemas irão avançar, sempre com o objetivo de oferecer a melhor experiência para nós, enquanto usuários ou consumidores.
Também há vantagens para o mundo corporativo. Lembra do que contei sobre o nosso estagiário logo no início? As máquinas serão cada vez mais utilizadas para realizar serviços e tarefas repetitivas, mecânicas e previsíveis, liberando colaboradores e profissionais a atuar de maneira mais dinâmica e criativa, otimizando a produtividade.
Hoje, a interação entre homem e máquina engloba a possibilidade de melhorar a experiência do usuário e aprimorar essa relação. Humanizar máquinas significa ensiná-las a se expressar naturalmente através da consciência artificial. Neste aspecto, o comportamento humano de como as pessoas se relacionam influencia diretamente nas melhorias de processo de aprendizagem de máquina, sem perder a objetividade. Afinal, o robô está ali para resolver um problema, mas de forma empática.
Relação Humano e Humano
O diferencial do ser humano nesta época vindoura será SER HUMANO e o que você poderá gerar de valor nas relações com os outros, diferenciando-se, assim, dos NÃO HUMANOS.
Se isso será o diferencial para o futuro, então, já estamos agindo de acordo, pois corrobora com o caminho traçado por vários de nós quando agimos de forma proativa na internet, seja compartilhando conhecimento, seja ajudando alguém em alguma recolocação ou criando pontes entre as pessoas, em resumo, executando a corrente do bem. Afinal de contas, gentileza gera gentileza.
Importante destacar também que você é a sua maior marca e é nela que deve investir constantemente para que possa interagir de forma valorosa com os outros. Os valores pessoais devem vir sempre em primeiro lugar (ética, caráter etc.). Ninguém tolera mais clichês, falsas promessas nas “vidas” pessoal, profissional e virtual.
Reflexão
O fato de a Singularidade Tecnológica ainda ser, digamos, uma caixa preta para os humanos, não nos exime da responsabilidade de ficarmos pelo menos sensíveis às tendências de mudanças ininterruptas e intensas que estamos vivendo. Torna-se imprescindível então buscar estarmos preparados para o que pode vir.
A chave está no pensamento adaptativo, na criatividade e na inteligência social! São habilidades humanas de sempre produzir novas soluções e seguir evoluindo cada vez mais na relação com outros humanos e o que tudo isso pode gerar de aprendizado.
No futuro, pouco vai importar o modelo do Homem Máquina (aquele que responde a tudo e que transmite informações a cada momento) e sim o modelo voltado aos cuidados com os animais, com as pessoas, com as obras sociais e inclusive com os robôs.
Você está preparado(a)?
* * *
Para focar nas habilidades comportamentais, cognitivas e sociais fundamentais para adaptação de carreiras aos ambientes de trabalho da próxima década, O Futuro das Coisas criou a e-Formação Futuro das Profissões. Mais informações aqui.
Imagem da capa desse artigo: Catello Gragnaniello
Parabéns e obrigada pelos esclarecimentos incríveis deste texto
Olha de fato tudo que é retratado nesse texto em concordo, em um futuro muito próximo acho que as maquinas iram substituir os homens mas nossa inteligencia não sera deixada de lado pois ela também evoluirá, descobrindo novas coisas e criando novos projetos, e etc…
E tem uma cosas que muitos acham, que é o que vai acontecer que é o trabalho e desemprego mas se formos ver não será tão grande assim pois precisaremos de novos trabalhadores para cuidar e ensinar os robôs.
Só uma observação, que texto complexo e difícil de entender!
Acredito sim que seremos substituídos pelos robôs, e isso já vem ocorrendo como por exemplo: a substituição do homem pela maquina. Claro que a maquina faz o trabalho mil vezes mais rápido do que o trabalho do homem o que acaba economizando tempo, além de aumentar a produtividade. No futuro os robôs serão melhores e mais qualificados do que os humanos em algumas áreas ,e com certeza serão mais inteligentes que nos.
Arquitetos por exemplo, serão substituídas por robôs e isso acaba causando um enorme taxa de desemprego pois, além dos robôs não precisarem receber salário, férias e coisas do tipo, alguns trabalhos serão realizados com maior perfeição do que os humanos (construir prédios…),além da arquitetura eles poderão nos substituir em profissões relacionadas com :gastronomia, educação, vendas, administração de finanças, computação, direito ,além de áreas como a matemática e o transporte. Tecnologia avançar de uma tal formal que existirá um tempo que nem nos conseguiremos acompanhar ela.
Acredito sim que seremos substituídos pelos robôs, e isso já vem ocorrendo em nosso dia a dia como por exemplo: a substituição do homem pela maquina. Claro que a maquina faz o trabalho mil vezes mais rápido do que o trabalho do homem o que acaba economizando tempo, além de aumentar a produtividade. No futuro os robôs serão melhores e mais qualificados do que os humanos em algumas áreas ,e com certeza serão mais inteligentes que nos.
Arquitetos por exemplo, serão substituídas por robôs e isso acaba causando um enorme taxa de desemprego pois, além dos robôs não precisarem receber salário, férias e coisas do tipo, alguns trabalhos serão realizados com maior perfeição do que os humanos (construir prédios…),além da arquitetura eles poderão nos substituir em profissões relacionadas com :gastronomia, educação, vendas, administração de finanças, computação, direito ,além de áreas como a matemática e o transporte. Tecnologia avançar de uma tal formal que existirá um tempo que nem nos conseguiremos acompanhar ela.
É fato de que a máquina possui mais conhecimento que o homem, por suas características tecnológicas, mas discordo que, um dia, haverá uma “total substituição do homem pela máquina”, pois afinal, fomos nós que construimos, e conhecemos bastante suas capacidades, para isso não virar um grande problema. E, ainda não entendo, como o homem ainda fica “admirado”, de ver uma máquina fazendo todo o seu trabalho.. Afinal, se não quisesse algo que o substituísse, não deveria ter criado.
UAU! É incrível ver como a tecnologia vai avançar futuramente. Chegar a substituir o Ser-humano no mercado de trabalho, existir um “gestor de empatia” para “humanizar” os robôs, onde o IA resolveria problemas e CA teria a capacidade de sentir (ou detectar) os problemas.
Só de pensar que com a Singularidade tecnológica pode chegar ao ponto da inteligência artificial superar a inteligência humana e em tão pouco tempo (pois estamos em 2019 e está previsto para 2030 esse acontecimento) me assusta um pouco.
Pois não consigo imaginar um mundo onde os robôs sejam maioria e substituam os humanos na maior parte das coisas. Mesmo eles tentando “humanizar” essa população cheia de tecnologia, não seria a mesma coisa. Não teria as emoções e os sentimentos que só o Ser-humano possuí.
É claro que traia vários benefícios para nós em alguns pontos, mas chegar a um nível onde os robôs iriam substituir os humanos….já concordo que não há necessidade de tudo isso.
Achei super informativo o texto para nos mostrar que querendo ou não isso pode acontecer daqui alguns anos.
Eu acredito que os robôs podem substituir os humanos sim, utilizando a inteligência artificial que ao longo dos anos ficará cada vez mais avançada. Obviamente, isso será bom para nós se pensarmos que poderemos realizar algumas tarefas com mais facilidade. Mas claro, também haverá pontos negativos, como por exemplo consequências para o mercado de trabalho onde os robôs substituirão os homens pois seu serviço será mais produtivo e rápido.
Interessante o texto, se no futuro tiver mesmo robôs disponíveis para a população essas máquinas podem fazer para nós alguns tipos de trabalho, como já vemos hoje na mecanização do campo. Mas a inteligência artificial superar a inteligência humana é um pouco difícil porque são os humanos que vão passar conhecimento às máquinas, então não dá para elas terem mais conhecimento que os humanos.
Interessante o texto, se no futuro tiver mesmo robôs disponíveis para a população essas máquinas podem fazer para nós alguns tipos de trabalho, como já vemos hoje na mecanização do campo, mas
a inteligência artificial superar a inteligência humana é um pouco difícil porque são os humanos que vão passar conhecimento às máquinas, então não dá para elas terem mais conhecimento que os humanos
Interessante o texto, se no futuro tiver mesmo robôs disponíveis para a população essas máquinas podem fazer para nós alguns tipos de trabalho, como já vemos hoje na mecanização do campo, mas a inteligência artificial superar a inteligência humana é um pouco difícil porque são os humanos que vão criar as máquinas.
Não sei se um dia vamos ser substituidos por robôs, mais sei que a tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia. A tecnologia pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal, e as pessoas vão usar e abusar disso, será investido na saúde, estudos, entre outras coisas, mais também vai ser usada para criar hackers, tudo depende da pessoa.
Sobre robôs assumirem o controle das coisas, acho que não daria certo, claro que maquinas estão substituindo o emprego de várias pessoas, mas por enquanto a troca de seres humanos por robôs não será possível, mais quem sabe daqui a uns 100 ou 200 anos…
Concordo que em um futuro distante as máquinas vão substituir os homens em muitos trabalhos e que teremos que inovar em certos aspectos, mas não acredito que a inteligência artificial substituirá o homem por completo, pois só os homens podem sentir e essas máquinas terão que ser programadas por seres humanos para fazerem certas atividades.
Mas com certeza a tecnologia vai fazer com que nossa vida seja mais fácil e com as inovações na área da saúde poderemos viver mais.
Se a tecnologia for assim no futuro como fala no texto, eu acho bastante provável ela ocupar o lugar do homem (principalmente no trabalho).
Mas Nn acho que vai ocupar totalmente o lugar do homem, por exemplo quem comanda as maquinas é o homem, então acredito que ela vai sim evoluir muito e facilitar a vida das pessoas, mas não espero que a maquina substitua o homem.
Se isso acontecer vai ser uma surpresa pra mim!!!
Mas gostei muito do texto.
Interessante que todos só repetem o tema da “substituição do humano por robôs” porque é a pauta da vez na sociedade e de redação nos concursos. Mas a questão chave da singularidade tecnológica é a fusão dos dois. Não haverá mais humano nem máquina, será algo além. Essa é a tal ruptura que a sociedade parece não estar percebendo