A pele é o maior órgão do corpo humano e tem um significado funcional e psicológico muito importante.

A partir dos 60 anos de idade, uma a cada três pessoas, passa a sofrer com doenças de pele degenerativas.

O envelhecimento, traumas e doenças metabólicas crônicas, como a diabetes, muitas vezes, levam a alterações na cor da pele, na textura e nas funções de barreira que a pele tem. A perda das funções leva à atrofia, infecção e feridas crônicas.

As terapias hoje existentes utilizam diversos métodos físicos e químicos para rejuvenescer a pele, porém estas terapias acabam afetando muitos componentes do tecido e, pior, induzindo também a formação de cicatrizes indesejáveis.

A principal desvantagem dos métodos físicos é que eles fornecem energia externa a todo o tecido, porém isso afeta tanto as células quanto a matriz extracelular, acabando por alterar a função e a arquitetura do tecido tratado.

Já as terapias químicas podem resultar em complicações sérias como queimaduras, malformação vascular, tumores, quelóides, cicatrizes hipertróficas, contração da pele, paralisia dos músculos faciais, necrose, penetração intravascular e infecção.

Uma nova solução

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Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e da Harvard Medical School desenvolveu uma nova técnica não-invasiva de estimulação do tecido, usando campos eléctricos pulsados ​​( pulsed electric fields – PEF) para induzir o rejuvenescimento do tecido da pele.

O grande diferencial da técnica é que ela produz o rejuvenescimento sem deixar cicatrizes e isso acaba por revolucionar o tratamento das doenças de pele degenerativas.

O líder da pesquisa, Dr. Alexander Golberg da Porter School of Environmental Studies, do Center for Engineering in Medicine no Hospital Geral de Massachusetts, da Harvard Medical School, e do Shriners Burns Hospital em Boston, afirma o seguinte:

“A tecnologia de campo elétrico pulsado tem muitas vantagens já comprovadas, como por exemplo, na conservação de alimentos, na remoção de tumores e na desinfecção de feridas. Essa nova aplicação pode estimular a formação de colágeno e de capilares em áreas da pele que são problemáticas”.

Como funciona

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Imagens ilustrativas da evolução do tratamento em 1 dia, 3 dias, 1 semana, 3 semanas e após 2 meses

A técnica utiliza campos elétricos pulsados, que afetam apenas a própria membrana celular, preservando a arquitetura da matriz extracelular e liberando vários fatores de crescimento para estimular o crescimento do novo tecido.

Explicando melhor:

Estes campos elétricos causam a morte de um pequeno número de células nas áreas afetadas, mas os fatores de crescimento que são liberados aumentam o metabolismo das células restantes, gerando um novo tecido.

Dr. Golberg explica no artigo que eles identificaram em ratos os parâmetros específicos dos campos elétricos pulsados que levam à proliferação da epiderme, à formação de microcirculação e à formação do novo colágeno em áreas tratadas. Tudo sem deixar cicatrizes!

Os detalhes da pesquisa estão descritos no artigo de livre acesso (em Inglês) publicado na Scientific Reports. Além do Dr. Goldberg, outros pesquisadores fazem parte da equipe, incluindo William J. Austen, Jr., do Departamento de Cirurgia Plástica do Hospital Geral de Massachusetts e Martin L. Yarmush no Centro de Engenharia em Medicina do Hospital Geral de Massachusetts, Harvard Medical School, e Shriners Burns Hospital em Boston. Há ainda outros pesquisadores proeminentes.

Toda a equipe está atualmente desenvolvendo um dispositivo de baixo custo para utilização em ensaios clínicos com o objetivo de testar a segurança e a eficácia desta tecnologia em seres humanos.

A expectativa é que esta técnica – utilizando campos eléctricos pulsados – possa potencialmente servir como uma nova terapia não-invasiva para várias doenças de pele degenerativas.

 

Fonte: Nature

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