Uma das principais habilidades demandadas no mundo atual chama-se learnability. O termo vem de uma expressão inglesa e refere-se a um conceito formado a partir das palavras aprender (to learn) e habilidade (ability). Em português significa ‘capacidade de aprender’.

Essa é uma capacidade que precisamos exercitar no decorrer da nossa existência, seja na jornada da carreira como também na nossa jornada de desenvolvimento humano. O conceito de lifelong learning, é o motor propulsor que desperta nossa curiosidade em aprender sempre, e cada vez mais, uma atitude ativa que é fundamental para potencializarmos nossa learnability. Essa habilidade acaba sendo fundamental no desenvolvimento ou na potencialização de outras habilidades.

Learnability é uma capacidade fundamental em diversas áreas: comunicação criativa, soluções inovadoras, desenvolvimento criativo de processos e jornadas, planejamento e implementação de estratégias. Este processo de aprendizado constante, no qual exercemos nossa learnability, faz com que tenhamos criatividade para agir de forma rápida na resolução de um problema ou mesmo criar caminhos que antes não haviam sido trilhados.

Com a velocidade com que as coisas acontecem atualmente, ser criativo é um grande diferencial. Aliás, criatividade, adaptabilidade e velocidade são características exigidas no mundo BANI (acrônimo que em Português que significa frágil, ansioso, não linear e incompreensível). Em bom português podemos chamar de FANI: frágil, ansioso, não linear e incompreensível. E nesse mundo, a principal revolução não é tecnológica, é a humana.

“Ideia não é como cachorro que vem quando você chama, mas como gato, que vem quando ele quer”, diz o publicitário e empreendedor Walter Longo. Quanto mais informações armazenarmos em nosso cérebro, mais sinapses serão feitas e, consequentemente, teremos mais ideias na resolução dos problemas. O gato vem mais rápido. A geração de ideias acontece por meio de referências, desta forma quanto mais referências nós tivermos, melhores e mais rápidas soluções surgirão. Pensar diferente para fazer diferente, passa antes de tudo pela qualidade do pensamento. Sem o combustível do conhecimento embarcado, não iremos tão longe.

Passamos do ROI (Retorno Sobre o Investimento), métrica usada principalmente na área de Marketing para ROL – return on learning, ou seja, o cálculo é baseado na potencialidade da sua habilidade em aprender e na qualidade do conteúdo que você adquire. O acesso à informação nunca foi tão global. Desde a década de 1990, com o movimento de globalização, quando a internet entrou em nossas vidas, a quantidade de informações que temos à disposição cresce exponencialmente. Temos cada vez mais informação disponível como sociedade e cada vez menos utilizável como indivíduo.

E este cenário se mostra preocupante porque pode nos levar a termos cada vez mais exteligência do que inteligência. E o que isso significa? Que o acúmulo de informações não é levado para o cérebro. As pessoas não leem mais, fazem apenas varreduras. Estamos nos transformando em scanners. E como mencionei anteriormente, todo o processo criativo se dá a partir das referências que armazenamos em nosso cérebro. O que propicia que sejam feitas sinapses e novas ideias e soluções surjam. Tal fenômeno acaba se tornando um inimigo da learnability.

Atualmente, muito mais importante do que ter respostas prontas, é a capacidade de fazer perguntas. É preciso aprender a refletir, formular ideias, questionar e saber onde procurar as respostas para crescer intelectualmente. Somente mentes curiosas saberão questionar. E a curiosidade será o grande diferencial entre as pessoas. Ela é o que nos move em direção ao aprender.

Learnability significa estarmos abertos a aprender, a produzir conhecimento, conteúdo e habilidades permanentes. É uma habilidade ligada a um estilo de vida e de comportamento que deve ser estimulado quando se deseja progredir e evoluir. É o exercício de atualização constante do conhecimento.

Em um cenário onde mudar não é apenas uma possibilidade, mudar é inevitável, como disse o escritor americano Alvin Toffler, “a mudança não é meramente necessária à vida, ela é a vida.” Para nos destacarmos e não apenas sobrevivermos, a capacidade de aprender torna-se ferramenta estratégica.