A recente decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos legalizando o casamento entre pessoas do mesmo sexo levanta a seguinte questão:
É possível legalizar o casamento entre humanos e robôs? Ou o casamento entre robôs?
Sim, é possível, prevê Gary Marchant, no artigo que saiu no Slate. Marchant é professor na Lincoln de tecnologias emergentes, de Direito e ética e também diretor do Centro de Direito, Ciência e Inovação na Universidade do Arizona (ASU).
Essa possibilidade já começou, pelo menos na ficção, como podemos ver nos filmes Her e no Ex Machina, ou na série Humans onde humanos criam laços afetivos com os robôs.
Como a própria Suprema Corte observa, “a história do casamento é de continuidade e mudança. Essa instituição … evoluiu ao longo do tempo. Casamento inter-racial, igualdade entre marido e mulher, e casamento do mesmo sexo foram todos excluídos por longos períodos de tempo sob a nossa Constituição, mas agora foram sancionados e protegidos pelos tribunais.”
Mas será que a decisão do Supremo abre as portas para o casamento entre um humano e um robô? Marchant explica que sim e baseia sua análise em quatro “princípios e tradições”:
1- O direito de cada um decidir e fazer suas próprias escolhas.
2- A Corte diz que “O casamento alivia o medo universal da solidão. Ele oferece a esperança de se ter companheirismo e compreensão e certeza de que enquanto ambos ainda estiverem vivos poderão cuidar um do outro.” Robôs estão sendo desenvolvidos para cuidar de humanos, portanto também atende ao critério da Corte.
3- O casamento resguarda crianças e famílias. No futuro, poderia um robô ser um bom pai? Ser um pai eficaz? Certamente. Por que não?
4- O casamento é “fundamental para muitas práticas jurídicas da vida moderna, como herança, direitos de propriedade, acesso hospitalar e cobertura de seguros”.
Marchant diz que embora hoje poucas pessoas possam imaginar ou aceitar uma intimidade entre o homem e o robô, a medida que os robôs se tornam mais sofisticados e mais parecidos conosco, “mais e mais pessoas irão encontrar o amor, a felicidade, e a intimidade nos braços de uma máquina.”
Talvez o amor, o sexo e a amizade entre humanos e robôs não esteja tão longe assim de se tornar realidade. Vamos esperar para ver.
Fonte: Slate