Pela primeira vez, cientistas demonstraram que a estimulação cerebral magnética e não-invasiva pode ser usada para melhorar um tipo específico de memória – lembranças altamente precisas de informações contextuais e espaciais.

Essa nova pesquisa poderá ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para pessoas que tiveram lesões cerebrais ou estão com demência, segundo Joel Voss, professor de ciências sociais médicas na Northwestern University Feinberg School of Medicine, e autor do paper publicado em 19 de janeiro na Current Biology.

Uma pessoa recebendo estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr) através de dispositivo eletromagnético (crédito: Northwestern University)

 

A “precisão da memória” (conhecida como “recollection precision“) é crucial para reconhecermos detalhes, como uma cor específica, a forma e a localização de alguma coisa. Pessoas com transtornos graves da memória, muitas vezes perdem essa capacidade.

Nós conseguimos mostrar que é possível alvejar a parte do cérebro responsável por esse tipo de memória e melhorá-la. Pessoas com lesões cerebrais têm problemas com a memória precisa, assim como aquelas com demência, e por isso nossas descobertas podem ser úteis” – Joel Voss

Os cientistas usaram pela primeira vez a ressonância magnética para identificar redes cerebrais relacionadas à memória de precisão espacial. Em seguida, estimularam a rede específica do cérebro responsável pela memória espacial com estimulação magnética transcraniana repetitiva (EMTr), usando poderosos eletromagnetos.

Com isso, eles melhoraram a memória em relação à identificação de locais. A melhora perdurou 24 horas depois que os participantes receberam a estimulação, correspondendo a alterações nas suas atividades cerebrais.

O azul indica onde os pulsos eletromagnéticos foram aplicados para modificar especificamente (cor vermelha) a rede de memória de precisão no hipocampo. (Crédito: Northwestern University)

 

A maior parte dos estudos anteriores que utilizaram a estimulação magnética não-invasiva apenas conseguiram efeitos generalizados e de curta duração sobre as habilidades do pensamento, em vez de efeitos altamente específicos e duradouros sobre a capacidade dessa memória.

Os cientistas usaram o EEG para mostrar que essas melhorias de memória correspondiam a indicadores de melhoria da rede cerebral. Esses achados demonstram que as redes cerebrais podem ser causalmente ligadas a funções neurocognitivas distintas e específicas e sugerem mecanismos para melhorias duradouras na memória com a estimulação.

Fonte: Northwestern

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