Podemos dividir a nossa vida em “antes e depois” do smartphone. Ter comunicação, diversão e informação em tempo real e na palma da mão, nos fascina e também nos torna dependentes.

Acontece que estamos longe de usufruir todo o potencial desse aparelhinho. Na Medicina, por exemplo, o smartphone já pode realizar alguns diagnósticos de precisão. Em breve, mais diagnósticos serão possíveis e ainda poderemos monitorar um conjunto de métricas pessoais de saúde.

Outro avanço será impulsionado com as tecnologias cognitivas. A Qualcomm está trabalhando para que os smartphones antecipem intuitivamente as nossas necessidades.

Como exemplo, imagine que seu celular perceba que você está com fome e já encomende o seu prato favorito. Ou imagine que você entra numa sala de reunião e automaticamente ele percebe o ambiente e muda para o modo silencioso. Durante a reunião, toma notas do que está sendo discutido para mais tarde lhe passar somente as informações relevantes de cada tópico que foi discutido nessa reunião.

Esses dispositivos móveis serão capazes de ver, ouvir, compreender, e de forma adequada nos ajudar. É isso que iremos ter num breve futuro com as tecnologias cognitivas.

Então, o que mais falta para os smartphones ficarem ainda mais atrativos?

Falta torná-los mais amigáveis e carismáticos.

Nesse intuito, Tomotaka Takahashi, roboticista e professor da Universidade de Tóquio, está desenvolvendo um smartphone que tem um rosto e membros. Ele quer criar um robô inteligente, comunicativo, que caiba no bolso e que possa olhar, conversar e agir como se fosse um amigo próximo.

Takahashi, em suas próprias palavras, quer tornar-se o “Steve Jobs da Robótica” e para isso está colocando todo o seu foco em construir o primeiro smartphone humanóide do mundo, colocando o design acima das especificações técnicas.

O Japão e a familiaridade com os robôs

Robôs já são uma tendência de longa data na indústria japonesa. O Japão, inclusive, é um importante centro de desenvolvimento da inteligência artificial e da robótica.

A indústria de entretenimento japonesa é lembrada por gerações que brincaram e continuam brincando com seus divertidos robôs de brinquedos. Lá, a percepção do público em torno dos robôs é um pouco diferente dos Estados Unidos. No Japão há um nível de conforto maior com os robôs. Eles não os percebem como ameaça.

(Crédito da foto: YOSHIKAZU TSUNO/AFP/Getty Images)

Para se ter uma ideia dessa familiaridade, no início do ano, o primeiro lote de 1000 unidades do sofisticado Pepper, foi vendido em menos de um minuto. Lá, robôs estão rapidamente tornando-se co-habitantes da população: ursos polares robóticos cuidam de idosos, o Aeroporto de Haneda, em Tóquio, está colocando robôs para ajudar; O Henn-na Hotel em Sasebo, na província de Nagasaki no Japão tem robôs no seu staff para ajudar no check-in e check-out, e lojas japonesas são simpáticas à ideia de contratar consultores de vendas robôs.

O inventor

Em seu estúdio “Robo Garage” em Kyoto, Takahashi já projetou mais de 40 tipos diferentes de pequenos robôs com forma humana. Ele também já construiu várias máquinas inteligentes que estão no Guinness World Records, incluindo a maior distância coberta por um carro operado por controle remoto.

Especificamente, o robô de Takahashi poderá substituir o seu iPhone ou Galaxy, mas ele será muito mais do que um assistente pessoal, como a Siri. Ele será capaz de andar, dançar, e expressar “emoções” através de gestos e olhos que mudam de cor. Neste aspecto, será semelhante ao “Robi“, outro robô criado por Takahashi que está à venda desde 2012.

A diferença maior é que esse novo robô, ainda sem nome, irá coletar dados sobre o comportamento on-line e off-line do seu dono para conhecê-lo bem. Na verdade, a sua personalidade irá mudar de acordo com a personalidade do usuário. Ele estará apto a trocar ideias e  ajudar em decisões.

O novo robô será do tamanho de um iPhone 6 e irá custar cerca de dois mil dólares. Enquanto ele não chega, talvez o grande desafio para Takahashi seja torná-lo irresistível para os ocidentais. A principal pergunta é: os humanos estão preparados para ter um smartphone assim?

Takahashi acredita que sim e que os robôs pessoais vão desempenhar um papel crescente no cotidiano das pessoas. Ele argumenta que estamos ficando cansados da comunicação virtual e começando a sentir falta da comunicação real e física.

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