Chicko Sousa, 39, é fundador da Plataforma Verde que, apesar de estar no mercado há menos de dois anos, ganhou o prêmio “Pioneiros da Tecnologia”, concedido no final de Junho pelo Fórum Econômico Mundial. A Plataforma Verde é o primeiro software do mundo a usar blockchain para a gestão de resíduos industriais.

Português, natural de Tomar e radicado no Brasil desde os seis anos, Chicko gosta de contar uma pequena história que inspirou tanto sua trajetória pessoal, quanto sua decisão de se tornar empreendedor: quando era criança, em Curitiba, sua mãe o levava todos os dias à escola e fazia questão de desviar o caminho para passar em frente ao CEFET (Centro Federal de Educação Tecnológica). Diante do prédio, ela falava que ele teria de se esforçar muito para ingressar no curso de engenharia. Caso contrário, só lhe restaria a opção de trabalhar como lixeiro. O tempo passou e ele se orgulha em dizer que vem desempenhando os dois papéis.

Nos próximos dois anos, Chicko passará parte do seu tempo em Dongguan (China), uma das três bases globais do grupo multidisciplinar que estuda a 4ª Revolução Industrial, Chicago e Pradesh (Índia). A participação dele nesse seleto círculo formado por pesquisadores das maiores universidades do mundo, técnicos de grandes empresas e líderes de startups inovadoras deverá abrir portas globais para sua empresa. Com todo esse sucesso, ele agora quer retribuir à sociedade brasileira, e nos conta nessa breve entrevista abaixo.

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A entrevista a seguir com Chicko Sousa faz parte do projeto Brasil 2022 composto de breves entrevistas com membros da sociedade civil, que acreditamos podem inspirar nesse momento turbulento, de incertezas e desânimo que o nosso país está passando. Os convidados vão falar do que desejam para os próximos quatro anos e o que vão fazer para contribuir na construção desse futuro. O nosso objetivo é estimular pessoas para que protagonizem transformações na sociedade atual, mudando a realidade presente.

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1- Qual futuro você quer para o Brasil nos próximos quatro anos?

A vontade é ver um Brasil mais justo, principalmente produtivo com capacidade de não apenas gerar empregos mas oportunidades de negócio para deixarmos de ser o eterno gigante adormecido. Hoje, temos um sério problema pois a percepção mundial sobre o Brasil é a de “falta de confiança “ e isso inacreditavelmente impede os empresários brasileiros a escalarem seus negócios globalmente da forma como gostariam. Isso reflete em salários, empregos e infraestrutura no final das contas.

2- O que você vai fazer para ajudar a construir esse futuro?

Antes de mais nada não desistir do Brasil. A nossa operação [Plataforma Verde], por se tratar de um software com presença mundial, nos permitiria estar instalados em qualquer lugar. Mas, estaremos aqui independente do resultado eleitoral. Nossa ação mais significativa é doar para prefeituras acima de 500 mil habitantes nossa solução de blockchain as a service para o controle da gestão de resíduos municipal, dando a transparência e a confiança que o mercado está exigindo. Esperamos que isso seja o começo de outras iniciativas.

Lilia Porto

Economista, fundadora e CEO do O Futuro das Coisas. Como pensadora e estudiosa de futuros tem contribuído para acelerar os próximos passos para organizações e para uma sociedade mais justa e equitativa.

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