Uma boa notícia para quem tem a doença de Alzheimer ou possui familiares nessa condição.
O ácido mefenâmico, um anti-inflamatório usado para tratar a dor, pode reverter completamente a perda de memória e a inflamação cerebral, pelo menos em ratos.
Essa descoberta foi feita pela equipe de David Brough, PhD, da Universidade de Manchester. Eles utilizaram na pesquisa ratos geneticamente modificados para que desenvolvessem os sintomas do Alzheimer. Os resultados foram publicados dia 11 de agosto na revista Nature Communications.
Os pesquisadores viram que esse fármaco – que é do grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE) – alcança uma importante via inflamatória chamada inflammasoma NLRP3, a qual danifica as células cerebrais. Foi a primeira vez que uma droga conseguiu alvejar esta via inflamatória, de acordo com Brough.
A pesquisa, financiada pelo Conselho de Pesquisa Médica e Sociedade do Alzheimer, abre caminho para futuros testes em seres humanos. Brough adianta que haverá mais pesquisas para identificar o impacto e as implicações de longo prazo da utilização desse medicamento.
Com isso, a equipe se prepara para a fase II dos ensaios, com o objetivo de determinar uma prova de conceito de que as moléculas têm um efeito sobre a neuroinflamação nos seres humanos.
Agora há uma evidência experimental a qual sugere fortemente que a inflamação no cérebro faz com que a doença de Alzheimer piore. Até agora, nenhum medicamento conseguiu atingir esta via, e por isso estamos bastante animados com o resultado.” – David Brough
O prazo para que esse fármaco comece a ser usado em doentes deve, em teoria, ser mais curto do que se fossem desenvolvidos novos medicamentos. Isso porque ele já está disponível, e a sua toxicidade e farmacocinética são conhecidos. Isso acelera tudo.
É um passo rumo à reversão dessa terrível doença. Vale comemorar!