Quando falamos de Realidade Virtual, é preciso ver para crer. Só quem experimentou, sabe as emoções que podem ser sentidas.

Ao ‘mergulhar’ neste mundo tridimensional, você encontra uma cópia da realidade, e pode interagir com este ambiente, utilizando equipamentos especiais, como capacete, luvas e controles.

Cada vez mais presente, essa tecnologia não apenas proporciona diversão. Ela está contribuindo também para a ciência, para a medicina e para a educação.

Só que as tecnologias disponíveis, carecem de um atributo fundamental: a mobilidade.

E isso é um problema que tem de ser corrigido.

Hoje, se você coloca um head-mounted, por exemplo, você não pode sair por aí, caminhando e explorando mundos virtuais e toda a gama de sensações. Normalmente, você fica sentado. Os equipamentos de RV ainda têm limitações.

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Foto tirada na Kadewe, Berlim: sensações reais

 

Mas, a Realidade Virtual para o consumidor final está só começando e inovações virão à frente. Empresas de hardware e software estão investindo muito nos últimos anos.

O grande desafio dos desenvolvedores será criar equipamentos que possam envolver completamente o usuário, fazendo com que ele se sinta o mais livre possível dentro de um ambiente virtual.

Para onde a realidade virtual nos levará?

três abordagens básicas: as coisas que você pega, as coisas que você veste, e as coisas que lhe detectam à distância.

Nenhuma destas abordagens é nova e nenhuma é perfeita. O mais provável é que surja um sistema integrado unindo várias abordagens.

1. Coisas que você pega

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Oculus Touch

 

A primeira coisa que você faz depois de colocar um head-mounted é apreciar o cenário virtual. O próximo impulso é tentar alcançar alguma coisa e tocá-la.

Isso porque nós, seres humanos somos muito táteis. Nossas mãos são cheias de nervos e elas são o nosso principal modo de interagir e manipular o mundo.

Tradicionalmente, nós usamos mouses, teclados e controladores de jogos. Podemos usar também essas ferramentas na Realidade Virtual, mas elas não são projetadas para proporcionar uma experiência plena de RV.

Quando você usa o seu computador ou joga um vídeo game, você consegue ver suas mãos, mesmo que não precise olhar para elas o tempo todo. Já na Realidade Virtual, ao usar um head-mounted, você já não consegue vê-las.

Porém, algumas empresas estão trabalhando para adaptar estes inputs para a Realidade Virtual.

O Oculus Touch, por exemplo, é um controlador wireless, com um par de controladores que tem sensor de movimentos, baixa latência e permite que você “sinta” os movimentos enquanto usa o Oculus Rift. Os controladores percebem quando você está os tocando e usa uma configuração de gatilho e botões para disponibilizar a você um par de mãos virtuais.

Os controladores HTC Vive também são projetados para serem segurados e manipulados com um gatilho e touchpad que é rastreado pelo Lighthouse (vamos já falar dele).

Além de simplesmente manipular objetos, controladores portáteis oferecem outro benefício; você pode ter um feedback “tátil” (ou uma sensação rudimentar de toque). O controlador Tactical Haptics, por exemplo, consegue criar atritos e uma sensação de resistência ou de peso em sua mão.

Estes controladores adaptados para a Realidade Virtual são os primeiros, os mais simples e mais baratos, mas logo virão outros.

2. Coisas que você veste

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Anel Nod

 

A outra abordagem de equipamentos de Realidade Virtual, são aqueles vestíveis (wearable).

Em vez de confiar em gatilhos e botões, os wearables podem reproduzir com maior precisão as suas mãos, dedos, braços e pernas para o mundo digital. Isso permite interações mais intuitivas.

A Nod, por exemplo, usa tecnologia de rastreamento de movimento, com apenas um par de anéis inteligentes.

Outras soluções trabalham com luvas com sensores e trajes para o corpo para um rastreamento mais completo como a Perception Neuron que está desenvolvendo uma luva de Realidade Virtual e também um sistema de corpo inteiro.

Os wearables são bem interessantes, mas a próxima solução é mais incrível, porque não exige que você segure ou vista algo.

3. Coisas que sentem você à distância

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Ultrahaptics

 

Sistemas que detectam o usuário à distância podem fazer você mergulhar no reino virtual sem vestir ou segurar nada. Isso é uma vantagem se você considerar partes do corpo que são menos receptivas para os sensores, como os olhos e a face.

Imagine o Kinect da Microsoft, só que mais preciso. Ao adicionar um dispositivo Leap Motion para um display head-mounted, por exemplo, você pode monitorar suas mãos (dentro do alcance do sensor) com alta precisão.

Outro sistema é o Lighthouse da HTC que se baseia em duas pequenas caixas que você monta na sua sala. Cada caixa dispara pulsos de laser e LED que, juntamente com o headset e controladores Vive, acompanham os seus movimentos. A Lighthouse permite que você realmente se mova ao redor da sala e traduz esse movimento em realidade virtual. É, como o nome diz, uma espécie de farol. Só que o aparelho opera com luz invisível aos olhos humanos.

Além desses, tem o FoveHigh Fidelity, e outros que estão trabalhando na tecnologia de rastreamento de olhos e face. Juntas, essas abordagens tornam as interações sociais em Realidade Virtual muito mais envolventes e emocionantes. Quando você sorrir e fizer contato visual com o avatar na sua frente, o seu próprio avatar irá imitar a sua expressão.

Uma desvantagem dos sensores à distância é não proporcionar o feedback tátil. Mas já há uma solução possível. A tecnologia criada pela Ultrahaptics usa ondas de ultrassom para simular objetos que a pessoa estaria manipulando caso não estivesse usando um controle gestual. Isso é feito pressionando o ar nas mãos, criando sensações diferentes para cada dedo.

O Futuro

Algumas coisas que você só vê em ficção científica já estão sendo desenvolvidas (por exemplo, Ready Player One). Outra possibilidade futura seria conectar mundos virtuais diretamente ao nosso cérebro (como no filme The Matrix).

Quão perto estamos do The Matrix? Apesar das interfaces cérebro-computador (brain-computer interfaces – BCIS) estarem avançando, isso pressupõe uma compreensão do cérebro que ultrapassa nosso conhecimento atual. Seria um nível quase inimaginável de controle granular e estimulação distribuída por todo o cérebro.

Mas, já existem dispositivos não-invasivos de EEG que podem ler a atividade cerebral tão bem que é possível controlar um cursor numa tela apenas pensando nisso. Talvez essa tecnologia possa comunicar a intenção, aumentando a precisão e diminuindo a latência para uma experiência mais uniforme. 

Espera-se que a Realidade Virtual avance rápido nos próximos anos. É possível que os sensores tornem-se quase invisíveis e é muito provável que as estratégias irão combinar múltiplas abordagens em uma interface elegante, simples e intuitiva que nos faça transitar livremente pelo mundo virtual.

 

Fonte: SingularityHUB

O Futuro das Coisas

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