Há quem considere as livrarias um espaço sagrado. E livros, objetos sagrados.

Há quem prefira os e-books que estão pipocando na Internet. Ou melhor, os e-books interativos, aqueles que reúnem texto, áudio, vídeos, jogos, infográficos, documentários e ilustrações em uma mesma obra. Você pode ler o texto, ouvir um áudio, ver um trecho de um documentário e interagir com um jogo, tudo ao mesmo tempo.

Com todo esse dinamismo é possível passar horas lendo e interagindo com o conteúdo, sem sentir o tempo passar.

Os livros eletrônicos têm ainda outras vantagens em relação às obras impressas: são mais acessíveis, a entrega é imediata, não gastam papel e abraçam a ideia da sustentabilidade.

Com todo esse apelo, será que os livros físicos irão sobreviver nos próximos anos?

Inúmeros debates aconteceram prevendo a real possibilidade do fim dos livros impressos. Mas, já passaram anos, e nada aconteceu. As livrarias continuam sendo frequentadas. Contrariando expectativas, as vendas de títulos impressos nas principais livrarias dos EUA, Reino Unido e Austrália subiram em 2014, segundo o “Financial Times”.

Adam Sternbergh tem uma teoria de que os livros físicos serão atrativos por mais 500 anos. Ele, que é editor da New York Magazine e autor de Near Enemy e de Shovel Ready, tem motivos para gostar realmente da “coisa física”. Portanto, veja a seguir se você concorda com o pensamento dele.

Adam Sternbergh (Edwin Tse for National Post)

 

A sua teoria é de que livros físicos são diferentes; De que nós ficamos orgulhosos em ter livros; Em olhar pra eles; Em guardá-los nas nossas estantes; Mais do que isso, para ele a experiência de ler um livro é muito diferente da experiência de ouvir uma música num MP3, ou num CD ou num vinil. Seja qual for o meio em que a música é entregue, a música continua a mesma, e realmente não importa o formato que ela chega.

Adam encontra diferenças entre ler um livro e ler um e-book. A experiência física de ler um livro lhe parece diferente. É uma sensação diferente. Cheira diferente. A memória de ter lido será diferente. Você sente fisicamente o peso do que leu e do que irá ainda encontrar. Ao final da leitura, você pode fechar o livro com aquela pancada gratificante. Essas são experiências muito diferentes.

Até as capas dos livros têm seu valor, contrasta Adam. O jeito que elas se desgastam, se rasgam revelam todos os sinais do nosso apreço pelo livro.

“Um livro físico é como comer um prato delicioso em um belo restaurante com uma vista fantástica; um e-book é como comer essa mesma refeição em uma embalagem para viagem, no seu colo, em um porão.” Adam Sternbergh

 

Todas essas sensações físicas descritas por Adam são memoráveis sem dúvida. Mas, será que nós seres humanos, daqui a 500 anos, iremos continuar valorizando essas qualidades físicas?

Já sabemos que os Millenials, a geração mais multitarefa de todas, acostumada a dividir a atenção com diversas coisas ao mesmo tempo, considera o e-book interativo, o paraíso. Por outro lado, os leitores mais tradicionais e que preferem ter a tranquilidade de fazer uma coisa de cada vez, podem considerar, o inferno.

Novas tecnologias irão surgir, mais avançadas do que o holograma e a realidade virtual – tal qual como as conhecemos hoje – permitindo às futuras gerações desfrutarem os dois mundos: o das sensações físicas e o da imersão total no conteúdo.

Possivelmente, daqui a 500 anos, a forma de consumir um conteúdo – seja ele para divertir, educar ou informar – será muito diferente de qualquer coisa que conhecemos hoje.

E você, acredita que os livros físicos permanecerão? Qual seu formato preferido, impresso ou digital?

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