“Eu te disse papai, eu te disse!” Sabrina gritou animadamente para o seu pai antes dele abraçá-la.

Com apenas 13 anos, tinha motivos para comemorar. Enquanto outros adolescentes estavam jogando videogames ou dormindo, ela estava fazendo os ajustes finais no avião monomotor que tinha construído do zero, sozinha, na garagem do seu pai (veja o vídeo abaixo).

Um ano depois, aos 14 anos, pisou pela primeira vez no campus do MIT, buscando um OK para esse monomotor. Peggy Udden, secretário executivo do MIT, quase não podia acreditar: “Ela ainda era uma menina.”

Hoje, com 22 anos, Sabrina Pasterski está sendo apontada como a “nova Einstein“. Graduada no MIT – com a maior pontuação possível – e candidata ao Ph.D. em Harvard, ela está interessada em esclarecer algumas das questões mais complexas e desafiadoras da Física, assim como Stephen Hawking e Albert Einstein (cuja teoria da relatividade acaba de completar 100 anos) fizeram no início de suas carreiras.

Sua pesquisa investiga os buracos negros, a natureza da gravidade e o espaço-tempo. Um foco em particular é entender melhor a “gravidade quântica“, que procura explicar o fenômeno de gravidade dentro do contexto da mecânica quântica. Descobertas nessa área poderiam mudar radicalmente a nossa compreensão sobre o funcionamento do universo.

Ela pode escolher trabalhar para quem quiser

Mulheres talentosas não são raras no MIT; quase metade dos graduandos são mulheres. Mas, algo em Sabrina chama a atenção dos principais professores da universidade.

Seu currículo é impressionante. Formou-se no MIT, em apenas 3 anos, com uma nota média de 5, a maior pontuação possível. Os professores Allen Haggerty e Earll Murman ficaram impressionados, quando assistiram ao seu vídeo construindo o avião. Seu site, PhysicsGirl, está cheio de conquistas. Em julho de 2015, ela foi uma das 12 pessoas que receberam 250.000 mil dólares da Hertz Fellowship.

Sabrina 2006 “Construindo um avião para o meu pai” – uma retrospectiva

 

Sabrina também chamou a atenção de Jeff Bezos, fundador da Amazon e desenvolvedor do aeroespacial Blue Origin. Bezos a convidou para acompanhá-lo sempre que ela quisesse e também já declarou interesse em contratá-la.

Esse convite ainda não foi aceito e ela provavelmente será capaz de trabalhar onde quiser. Mesmo que o panorama para os graduados em ciência nos Estados Unidos não seja tão bom: apenas 26% têm empregos em suas áreas de atuação, e quase 30% dos pós-doutorados em Física e Química estão desempregados.

Essas estatísticas não a incomodam: “A própria física já é excitante o suficiente pra mim”

Isso é bom, mas o que você tem feito ultimamente?

Sabrina Pasterski 5

Nascida em Chicago, de mãe cubana e de pai americano, a jovem Sabrina, depois de construir esse avião, já poderia sentir-se realizada. Mas, sabe que é preciso reinventar-se constantemente, uma lição que aprendeu, de maneira difícil, quando ainda era aluna do ensino médio. Ao contar orgulhosamente para um professor que tinha conseguido construir um avião, a resposta que ouviu tornou-se seu mantra:

Isso é bom, mas o que você tem feito ultimamente?

Desde então Sabrina foi atraída para os desafios. Durante anos empurrando barreiras, o caminho mais natural foi optar pela Física, ciência que considera “elegante” e cheia de “utilidade”, disse ela nessa entrevista.

Seja aprender a pilotar um avião muito antes de aprender a dirigir um carro, Sabrina acredita que sempre correu para a próxima meta, às vezes traçando um caminho bem diferente dos seus colegas.

Sendo uma pessoa discreta – ela não está presente nas redes sociais  – é possível que você nunca tenha ouvido falar dela antes. Daqui pra frente, é provável que você a veja muitas vezes.

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