No Brasil, estima-se que 12 milhões de pessoas tenham diabetes, sendo que metade não sabe que tem a doença.

O diabetes começa geralmente de forma silenciosa, quase sem sintomas e é classificado em dois tipos.

O tipo 1 ocorre em cerca de 10% dos casos e é mais comum ser diagnosticado em crianças, adolescentes ou adultos jovens, por isso é também conhecido como diabetes infanto-juvenil.

Enquanto o diabetes tipo 2 pode ser causado por maus hábitos alimentares, sedentarismo e estresse, o tipo 1 não pode ser evitado: é uma doença autoimune, ou seja, o pâncreas perde sua capacidade de produzir insulina, o hormônio que converte o açúcar do sangue em energia

Isso significa que os portadores de diabetes tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normais.

Por esse motivo, a pessoa precisa fazer o monitoramento constante dos níveis de açúcar no sangue e calcular a dose de insulina necessária.

Acontece que os métodos atuais de fornecimento envolvem múltiplas injeções diárias ou terapia com bomba de insulina, sendo que há risco de vida se as doses não forem administradas corretamente.

Monitoramento e fornecimento automático

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Pesquisadores da Universidade da Califórnia-Santa Barbara, liderados por Francis J. Doyle queriam encontrar uma maneira de fazer o monitoramento e o fornecimento de insulina de forma automática e, melhor, sem agulha.

O objetivo deles era criar um novo dispositivo que pudesse fazer o controle do diabetes tipo 1 de maneira muito mais fácil, abolindo a necessidade de picar o dedo e de injeções várias vezes ao longo do dia.

Eles então desenvolveram um algoritmo que monitora os níveis de açúcar no sangue e calcula a dose de insulina necessária que é entregue de forma rápida e automática para o corpo.

O algoritmo foi projetado para funcionar com dispositivos, como um “pâncreas artificial” implantável que mede continuamente o açúcar no sangue e pode liberar insulina automaticamente, conforme necessário.

Testes com o algoritmo simularam a ascensão e a queda de glicose em níveis que ocorrem após as refeições ao longo do dia e no período de sono durante a noite. A equipe conseguiu, com o pâncreas artificial, manter a faixa de glicose no sangue entre 80-140 mg / dL em 78% do tempo.

Próximo passo

Agora, o próximo passo para a equipe será a realização de testes em animais para avaliar o desempenho do dispositivo.

Os pesquisadores esperaram que o pâncreas artificial esteja disponível nos próximos 5 anos, possibilitando um controle mais eficiente e muito mais prático e melhorando também a qualidade de vida dos diabéticos tipo 1.

Os pesquisadores relataram o estudo na ACS jornal Industrial & Engineering Chemistry Research.

 

Fonte: American Chemical Society (ACS)

 

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