Existem grandes questionamentos sobre como iremos lidar com possíveis futuros, alguns deles não muito distantes e que já podemos enxergá-los da nossa poltrona. Para algumas possibilidades não temos ainda muitas respostas.
Nos EUA, mais de 6 milhões de novas empresas são lançadas anualmente. Segundo o indicador Serasa Experian de Nascimento de Empresas, o Brasil registrou 1,2 milhões de novas empresas somente no primeiro semestre de 2018. São empresas que vem com nova filosofia, novos drivers e conceitos inovadores em seu DNA. Tal cenário promove grandes mudanças que afetam o emprego, carreira e, principalmente, as skills demandadas pelo mercado.
Este novo cenário de muitas mudanças e novos direcionamentos está em dissonância com as visões e padrões estabelecidos pelos líderes empresariais e CEO’s. A complexidade é um grande desafio. Em um mundo cada vez mais volátil, incerto e complexo, mudanças incrementais não são mais suficientes. Mais do que rigor, disciplina de gestão, integridade ou até mesmo visão, navegar com sucesso nesse novo mundo exigirá criatividade. Os líderes precisam ser contadores de história, empáticos e capazes de dar sentido às nossas vidas através de seus produtos, serviços e estilo de gerenciamento. Segundo Daniel Pink, referência mundial em Gestão e Comportamento, é preciso assumir uma perspectiva holística.
Com isso, atualmente os líderes estão passando de CEO (Chief Executive Officer) para DEO (Designer Executive Officer). O DEO se diferencia do CEO por ser um líder criativo que utiliza o design como fator central da humanização das tecnologias e o fator crucial do intercâmbio cultural e econômico.
As principais características associadas aos atuais líderes são relacionadas aos comandos militares, autoritários e estratégicos. Entretanto, estamos verificando que estas habilidades estão sendo revistas. Os futuros líderes serão mais humanizados com softs skills desenvolvidas tais como comunicação, pensamento criativo, empatia, resiliência, ética e liderança.
Dentre as principais características dos DEO podemos elencar:
Agentes de mudanças
Para os DEOs, mudanças não são uma preocupação, pelo contrário, eles as promovem e encorajam. Conhecem as abordagens tradicionais mas não são guiados por elas. Promovem pensamentos e ações fora do padrão para obter vantagem competitiva.
Avaliam e assumem riscos
DEOs assumem o risco como parte inerente da vida e um ingrediente chave da criatividade. Em vez de evitá-lo ou mitigá-lo, consideram o risco como alavanca fundamental de experimentação e aprendizado. Por meio desta visão estimulam e convidam seus colaboradores a tomarem risco.
Pensam em termos de sistemas
Apesar do desejo de causar disrupturas e assumir riscos, os DEOs são pensadores de sistemas e entendem a interconectividade do mundo. Eles sabem que cada área de sua organização se sobrepõe e influencia a outra. Enxergam conexões invisíveis em torno do que é visível. Isso ajuda a dar impacto intencional às suas disrupturas, assumindo o risco de forma mais consciente.
Intuitivos
Os DEOs são altamente intuitivos, seja por sua natureza ou por experiência. Eles têm a capacidade de sentir o que é certo, usando suas habilidades perceptivas e observacionais. Isso não significa que tenham medo de números e dados, pois sabem que a tomada de decisões intuitiva não impede a análise racional ou lógica. Eles usam ambas (intuição e razão/lógica) – e consideram cada uma válida e poderosa.
Socialmente Inteligentes
Os DEOs possuem aguçada inteligência social. Eles se conectam instintivamente com os outros e os integram em redes bem definidas e fortemente acessadas. Preferem dedicar boa parte de seu tempo com funcionários, clientes e até pessoas estranhas em vez da companhia de equipamentos, mapas ou planilhas. “Pessoas comuns” são uma fonte de força, renovação e novas ideias.
Não estamos criticando aqui os valores dos líderes tradicionais pois ainda existe espaço dentro do mercado atual. Entretanto, não podemos negar que estas mudanças são inevitáveis e necessárias. Novos contextos precisam ser avaliados para identificar como e onde serão aplicadas as novas competências que definem os líderes do futuro.
A liderança hoje envolve uma combinação de expectativas tradicionais e novas competências. A Deloitte criou esse quadro para facilitar a compreensão:
Liderar com eficiência neste novo cenário significa não ter medo do novo, assumir riscos, estar aberto às mudanças e buscar o equilibro entre o tradicional e o presente. Um formato de liderança que permitirá que o líder tenha uma melhor compreensão do futuro e traga melhores resultados para as pessoas e empresas que estão sob a sua gestão.