Quando um cidadão americano precisa marcar uma consulta médica, em média ele aguarda 21 dias. Quando chega o dia, espera em média 2 horas para ser atendido pelo médico. No momento de receber o diagnóstico, ele sabe que apenas 55% dos resultados saem no tempo certo.

Essas são as estatísticas divulgadas no vídeo (assista abaixo) da Qualcomm Tricorder XPRIZE.

O sistema de saúde nos EUA, de fato está tornando-se insustentável e desarticulado. Será uma realidade parecida com a que temos no Brasil? Sim, talvez melhor do que temos por aqui.

Ou seja, tudo está ótimo quando se tem saúde, mas experimente ficar doente. O que acontece se você passar mal às 3 da madrugada? Ou se você ficar doente em um local remoto, sem nenhuma assistência médica?

Agora imagine…

Imagine se você tivesse um dispositivo portátil e sem fio, que coubesse na palma da sua mão e que monitorasse e diagnosticasse a sua saúde, de forma confiável, em qualquer lugar, a qualquer hora.

Essa é a tecnologia prevista e incentivada por uma competição mundial que vai premiar em 10 milhões de dólares a equipe que conseguir inovar e integrar tecnologias de diagnóstico de precisão.

O propósito dessa competição, idealizada pela Qualcomm Tricorder XPRIZE, é que seja criado um dispositivo que possa empoderar qualquer pessoa, a fazer seus próprios diagnósticos, utilizando apenas um único dispositivo.

Isso vai permitir um acesso sem precedentes a métricas pessoais de cuidados com a saúde.

O dispositivo que irá vencer

A competição foi anunciada em Outubro de 2012 e foram mais de 2 anos para a qualificação das equipes. Agora estão no páreo 7 finalistas (veja a seguir quem são eles). Até o próximo mês será a fase de testes dos dispositivos com usuários. Nos dois últimos meses de 2015 serão feitos os julgamentos e em Janeiro de 2016 será a cerimônia de premiação.

O dispositivo que vencer a competição deverá ser capaz de fornecer as principais métricas de saúde, realizar o diagnóstico de um conjunto de doenças, independente da presença de um profissional de saúde, e oferecer a melhor experiência ao usuário.

O dispositivo deve imitar algumas funções do tricorder do Star Trek.

 

Para ganhar o prêmio, a ferramenta precisa cumprir um ambicioso conjunto de parâmetros. Ela deverá monitorar e diagnosticar:

13 condições essenciais de saúde: Anemia, Fibrilação Atrial (AFib), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), diabetes, Hepatite A, Leucocitose, Pneumonia, Otite média, Apnéia do sono, Stroke, Tuberculose, Infecção do trato urinário, Ausência de condição.

Pelo menos 3 condições eletivas de saúde: Alérgenos (via aérea), Colesterol, Doenças Food-borne (transmitidas por alimentos), HIV, Hipertensão, Hipotireoidismo/Hipertireoidismo, Melanoma, Mononucleose, Osteoporose, Pertússis (tosse convulsa), infecções na garganta.

5 sinais vitais de saúde: pressão arterial, freqüência cardíaca, saturação de oxigênio, frequência respiratória e temperatura.

O dispositivo também deverá coletar grandes volumes de dados provenientes de medições contínuas do estado de saúde do usuário, através de uma combinação de sensores sem fio, tecnologia de imagem e tecnologias laboratoriais não-invasivas e portáteis.

O design e a funcionalidade do dispositivo podem variar de equipe para equipe. O único limite é o peso de seus componentes que juntos não devem ultrapassar 2 kg.

Equipes finalistas

Veja agora quem são as 7 equipes finalistas.

1. Aezon (Rockville, Maryland)

A Aezon está desenvolvendo um dispositivo com interface de usuário pelo smartphone. A equipe foi formada em setembro de 2012 por alunos da Universidade Johns Hopkins, em parceria com desenvolvedores do Biomeme, Symcat, Spirosmart, e Aegle e está sob a liderança da engenharia biomédica Tatiana Rypinski. Ela atualmente colabora com o Centro de Bioengenharia Inovação e Design Johns Hopkins.

Aezon

 

2. CloudDX (Mississauga, Canada)

A CloudDX está incluindo na sua solução a sua própria tecnologia Cloud Diagnostics™ e o monitor de saúde PulseWave ™. A equipe, liderada por Sonny Kohli, é formada por programadores, arquitetos de software e engenheiros biomédicos. Eles conseguiram a aprovação da FDA para o seu mais novo produto em apenas 97 dias (a média é de 137 dias).

CloudDX

 

3. Danvantri (Chennai, India)

O nome Danvantri foi inspirado no deus da medicina ayurvédica. A equipe, liderada por Sridharan Mani, faz parte da American Megatrends India Private Limited e dedica-se ao desenvolvimento de soluções preventivas de saúde, com base em tecnologias móveis.

Danvantri

 

4. DMI (Cambridge, Massachusetts)

Embora não seja pré-requisito, o sensor rHEALTH da equipe DMI (DNA Medicine Institute) já foi testado no espaço. A versão atual do sensor foi concebido para avaliar centenas de testes clínicos utilizando uma única gota de sangue ou outros fluidos corporais. A equipe, composta de engenheiros, cientistas e designers do Boston Cambridge tem o Dr. Eugene Chan como líder. Ele é fundador e presidente da DMI é titular de mais de 40 patentes.

Sensor rHEALTH da DMI

 

5. Dynamical Biomarkers Group (Zhongli City, Taiwan)

A equipe, liderada por Chung-Kang Peng, Ph.D., ao longo dos anos, desenvolveu vários conceitos e técnicas computacionais, como a teoria da complexidade fisiológica, e propôs o conceito de biomarcadores dinâmicos que podem ser utilizados para o diagnóstico de doenças. A Dynamical Biomarkers possui uma equipe multidisciplinar de médicos, pesquisadores, físicos, matemáticos, cientistas da computação e engenheiros.

Equipe Dynamical Biomarker

 

6. Final Frontier Medical Devices (Paoli, Pensilvânia)

A Basil Leaf está desenvolvendo produtos interativos que permitam que as pessoas monitorem a sua saúde. Para essa competição, eles formaram a equipe Final Frontier Medical Devices, liderada por Basil Harris, que é médico com PhD em engenharia e agora busca revolucionar os cuidados com a saúde. A equipe inclui médicos, engenheiros, designers, especialistas em políticas públicas de saúde, tecnologia móvel e especialistas em sensores.

Equipe da Final Frontier Medical Devices

 

7. Scanadu (Moffett Field, California)

Scanadu está projetando um conjunto de produtos para que as pessoas possam compreender melhor a sua saúde. Fundada em 2011, a empresa fica no Vale do Silício e entrou na competição em 2012. A equipe, liderada por Walter de Brouwer, é formada por médicos, engenheiros elétricos, engenheiros químicos, engenheiros mecânicos, matemáticos, designers e cientistas.

Scanadu

 

Se você quiser saber mais detalhes desta competição, clique AQUI. O vídeo abaixo de 2 minutos (em Inglês), também explica.

Coisas boas virão em breve para que possamos cuidar da nossa saúde com mais autonomia. Será uma inovação radical na medicina nos permitindo mais escolhas em quando, onde e como nós iremos receber os cuidados médicos.

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