Cientistas da King’s College London estão iniciando um novo estudo que visa aperfeiçoar a cirurgia e o tratamento de recém-nascidos que possuem uma cardiopatia congênita, chamada síndrome de hipoplasia do coração esquerdo (SHCE).

Este estudo poderá, em última análise, oferecer aos médicos cirurgiões a ferramenta para que possam escolher o melhor tratamento para cada bebê, melhorar as chances de sobrevivência, com a melhor qualidade de vida possível durante a infância e no resto de suas vidas.

Essa síndrome afeta aproximadamente um em cada 5.000 recém-nascidos a cada ano e é potencialmente fatal. Os bebês têm a maioria das estruturas no lado esquerdo do coração muito pequenas e pouco desenvolvidas (hipoplasia) para fornecer o fluxo de sangue suficiente para as necessidades do corpo.

O defeito mais crítico da SHCE é o ventrículo esquerdo pequeno, que precisa ser suficientemente grande e forte para bombear o sangue para fora do corpo. Se for muito pequena, ela simplesmente não pode funcionar de forma eficaz, levando à dificuldade para respirar, batimentos cardíacos rápidos, letargia, extremidades frias e cor azul da pele.

Coração virtual 3D

Nesse estudo, os pesquisadores irão analisar os exames de ressonância magnética de mais de 150 bebês com SHCE. Usando técnicas avançadas de modelagem no computador, eles irão criar um modelo virtual 3D do coração e da aorta de cada bebê antes da cirurgia.

Com isso, eles querem ajudar os médicos a visualizar a forma do coração de cada bebê, fornecer informações detalhadas sobre a condição do coração de cada um deles, e ajudá-los a monitorar como o coração deles se adapta a cirurgia.

Todos os bebês afetados pela SHCE precisam normalmente de três complexas cirurgias, sendo a primeira antes das duas semanas de vida. No entanto, apesar dos avanços das técnicas cirúrgicas, muitas crianças ainda morrem, ou são, pelo menos, afetadas pela condição pelo resto de suas vidas.

“Planejar essas cirurgias é difícil, porque há pouca evidência sobre qual a técnica cirúrgica que funciona melhor para cada criança em cada fase. Investigar os prós e os contras de cada técnica é urgentemente necessário. Esperamos ajudar a determinar a melhor abordagem para as cirurgias e como os bebês podem responder.” Dr Pablo Lamata, professor do Departamento de Engenharia Biomédica da King’s.

 

Esse novo estudo irá dar aos médicos cirurgiões um nível sem precedentes de compreensão da doença, numa base caso-a-caso. Eles poderão observar o coração de cada criança antes da cirurgia, e monitorar o seu estado pós-cirúrgico.

Ao analisar e comparar os modelos virtuais do coração de cada bebê, antes e após a cirurgia, os médicos conhecerão as vantagens e desvantagens de diferentes técnicas cirúrgicas.

Outro ponto importante que nós do O Futuro das Coisas consideramos, é que esse estudo abre portas para que os tratamentos personalizados tornem-se uma “norma” na medicina.

 

Fonte: King’s College London

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