Pesquisadores do MIT desenvolveram um sensor que possibilita que o diagnóstico da sepse (também conhecida como infecção generalizada) seja muito mais rápido, mais fácil e acessível do que nunca. Isso poderá ter um impacto imenso, já que a sepse é uma das principais causas de morte em hospitais no Brasil.
Atualmente a sepse é a principal causa de mortes nas unidades de terapia intensiva (UTI). O Brasil tem uma das mais altas taxas de mortalidade do mundo pelo problema – cerca de 55% dos casos, segundo dados do Instituto Latino Americano de Sepse, enquanto a média mundial está em torno de 30-40%. Estima-se que aproximadamente 400 mil novos casos são diagnosticados por ano e até 240 mil pessoas morrem anualmente.
Nos últimos anos, os pesquisadores descobriram biomarcadores de proteínas no sangue que são indicadores precoces da sepse. Um deles é a interleucina-6 (IL-6), uma proteína produzida em resposta à inflamação. Em pacientes com sepse, os níveis de IL-6 podem aumentar horas antes de outros sintomas começarem a aparecer. Mas, mesmo em níveis elevados, a concentração dessa proteína no sangue é muito baixa para que dispositivos tradicionais de análise e diagnóstico, possam detectá-la rapidamente.
Para uma doença aguda, como a sepse, que progride muito rapidamente e pode colocar em risco a vida das pessoas, é necessário ter um sistema que avalie rapidamente esses biomarcadores não-abundantes” – Dan Wu, PhD no Departamento de Engenharia Mecânica.
O sistema do MIT detecta automaticamente concentrações mais altas de forma muito mais precoce, usando uma pequena quantidade de sangue. Os resultados ficam prontos em apenas 25 minutos, em contraste com a quantidade de horas que levam os métodos tradicionais que utilizam máquinas volumosas e caras.
Sistemas mais modernos de “point of care” que foram lançados no mercado recentemente, levam 30 minutos, mas são geralmente mais caros, já que a maioria usa componentes ópticos de alta qualidade para detectar os biomarcadores. Eles também capturam apenas um pequeno número de proteínas, o que torna o preço elevado desses testes e o hardware necessário para executá-los inacessíveis para um uso mais amplo. Segundo os pesquisadores do MIT “qualquer esforço para diminuir o preço ou aumentar as faixas de proteína afeta negativamente sua sensibilidade.”
A maneira que o MIT encontrou de contornar essas limitações foi usando um método que espelha outro método de detecção em laboratório para IL-6 que usa minúsculas esferas magnéticas para revelar a presença da proteína.
Os pesquisadores do MIT planejam continuar desenvolvendo um painel completo de proteínas que ajam como marcadores precoces da detecção de sepse e assim, aprimorar ainda mais o diagnóstico. O sistema pode ser ajustado para detectar uma variedade de biomarcadores, podendo se estender a outros diagnósticos também.
Fonte: MIT News
Imagem da capa: Felice Frankel