Desde sempre, todo o potencial essencialmente humano é manifestado basicamente por duas causas: desafio e curiosidade.
Curiosidade é uma característica inata ao ser humano. Desde bebês buscamos naturalmente conhecer sobre nós mesmos e sobre o mundo ao nosso redor: pessoas, coisas e fenômenos.
À medida que adquirimos certa independência, vamos nos deparando com desafios que nos exigem algum repertório de experiência ou habilidade já desenvolvida, por vezes recursos materiais e alguma dose de criatividade para superá-los.
Curiosidade e desafios sempre promoveram as mais refinadas realizações da humanidade, de acordo, obviamente, com as demandas e possibilidades de cada época. São as aprendizagens das gerações anteriores que nos possibilitaram chegar até aqui, e nossas conquistas, certamente, servirão de base para o avanço das gerações que estão por vir.
A principal particularidade do nosso tempo é que os desafios atuais não são mais determinados somente por circunstâncias locais, mas por influências globais, motivadas principalmente pelo fenômeno da globalização e a massificação da Internet e banda larga no mundo todo.
Se, a princípio, os desafios da humanidade se resumiam a suprir necessidades biológicas básicas de sobrevivência e a superar adversidades particulares de uma pessoa ou grupo, em uma sociedade conectada virtualmente e globalmente, esses desafios tornam-se fortemente influenciados por demandas exteriores, artificiais, miscigenadas, voláteis e, portanto, extremamente complexas.
Nesse contexto, instituições formadoras por tradição – família, comunidade, escola e academia – tornaram-se insuficientes na tarefa de contribuir com o nosso desenvolvimento para a vida individual e social. Ideias acabadas já não bastam em um mundo de incertezas onde demandas proliferam, se sobrepõem e se tornam ultrapassadas na mesma velocidade em que surgiram.
Ao nosso repertório cultural básico soma-se a necessidade de saberes contemporâneos, os quais muitos deles não fazem parte da vida e do senso comum, tampouco dos currículos de instituições formais de ensino, nem dos saberes que vêm de berço.
Nesse cenário, outros atores sociais, como mídia, poder público e empresas – que até então tinham como funções exclusivas informar, persuadir, conscientizar e entreter – passaram a estender seus papéis e suas ações para a educação das pessoas. Estes atores nunca irão substituir o ensino formal, mas assumem um novo papel na cultura de aprendizagem continuada (lifelong learning) de seus colaboradores, clientes e da sociedade.
Movidas pela necessidade de atualização constante ou por novas oportunidades de negócio (ou ambas), as corporações – que até então tinham como prioridade gerar lucro – passam a ter um novo papel, de alta relevância, para o acompanhamento de tendências que a educação formal não está conseguindo absorver, tanto com seu público interno – seus colaboradores – quanto com seu público externo, seus consumidores e sociedade.
Engajamento em causas sociais, formação de coletivos de produção de conhecimento (os chamados “hubs”) e produtos digitais formam o principal rol de estratégias educacionais que se entrelaçam (e, por vezes, dão o tom) com as atividades econômicas de um negócio, necessitando ser desenvolvidos em uma narrativa que faça sentido, tanto para os interesses da marca, quanto para as necessidades e desejos do público.
Nesse cenário, surgem novas questões sobre missão, ética, possibilidades e limites de atuação de uma empresa. Perguntas como “o que, por que e como fazer?”; “quais as possíveis e melhores técnicas para o objetivo em questão?”, “de que forma isso efetivamente contribui, tanto para o negócio, quanto para as pessoas impactadas?”; “é capaz de gerar interesse, engajamento para esse público?”, “é funcional para os fins pedagógicos propostos?”; “tem bases morais e éticas?” creio serem essenciais para nortearações educativas, especialmente num país de profundas desigualdades nessa área.
Movidos pela curiosidade ou pelos desafios complexos que a vida contemporânea nos impõe, aprender passa a não ser somente uma etapa prévia para um determinado fim, mas a fazer parte do processo. Novos conhecimentos nos auxiliam a lidar com situações reais. Só vender o peixe já não é mais suficiente, agora é necessário ensinar a pescar.
Portanto, um projeto educacional de uma marca necessita combinar: rigor técnico, com embasamento de teorias pedagógicas e desenvolvidas com metodologias didáticas; princípios éticos, para que suas ações estejam alinhadas tanto aos interesses da organização, quanto aos do público e do bem social comum; e linguagem estética, em forma e estilo que gere engajamento.
Todo nosso potencial essencialmente humano de aprendizagem pode ser despertado se nos forem dadas as condições ideais. Nossa curiosidade latente – nossa principal força motriz nesse sentido – morreu no meio do caminho justamente porque as condições que nos foram oferecidas em sistemas formais de ensino nos distanciaram do saber, apresentando assuntos que não condiziam com nossos desejos, dúvidas e necessidades, tampouco em formatos que pudessem nos cativar.
Se levarmos em conta as carências de conhecimento que existem em nosso país, há um horizonte imenso a ser explorado quando o assunto é Educação. Dada à posição privilegiada que muitas empresas e marcas têm na vida e no coração das pessoas – colaboradores e consumidores – creio que elas podem (e devem!) surfar essa nova onda, desde que com integridade e responsabilidade.
Curiosidade e desafios são capazes de promover as mais refinadas realizações, desde que o saber nos encante, e não nos afaste dele. Assim, considerando todas as possibilidades que a vida contemporânea nos oferece – especialmente nos ambientes digitais – mais do que simplesmente informar, agora é necessário sensibilizar, capacitar. Mais do que persuadir a fazer (ou comprar), é preciso engajar, estimular a pensar. Mais do que conscientizar, é envolver para transformar.
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