Nós, do time do Saúde Pós-Digital, acreditamos que todos os lados devem ser ouvidos, pois opiniões divergentes ajudam a criar um consenso e ampliar a visão de todos. Acreditamos que a tomada de decisão para o combate ao Coronavírus deve ser baseada nas melhores evidências científicas do momento.
O artigo Which is the best option, lockdown or herd immunity? We’re about to find out, escrito por Simon Jenkins para o The Guardian, essa semana, reflete à sua opinião sobre as estatísticas e evidências e que, junto com outras matérias, nos ajudam a refletir para ampliarmos o nosso conhecimento a respeito desse assunto tão complexo.
Jenkins nos lembra que a Espanha, Áustria, Itália, China, e possivelmente Alemanha e Estados Unidos começarão esta semana, ainda que de forma hesitante, o retorno ao trabalho. “Enquanto uns países mantêm o distanciamento e outros radicalizam o lockdown (bloqueio total), esse será o experimento em massa mais extraordinário da história”, escreveu.
O resultado desse experimento deverá dar embasamento ao argumento central da política de combate ao novo Coronavírus, desde o lockdown, passando pelo distanciamento social seletivo ou ampliado até à imunidade de grupo (ou de rebanho). O resultado também apontará quem estava certo e quem estava errado, num jogo político de culpa.
Neste experimento, argumenta Jenkins, apenas uma coisa deve importar: a evidência. “É a falta dela que determina claramente a ampla diversidade de respostas políticas em diferentes países. Temos uma doença potencialmente fatal, a Covid-19, de potencial infeccioso incomum. No entanto, não temos ideia desse potencial, porque a falta de testes significa que não podemos dizer se um grande número de pessoas tem a doença em algum grau, ou apenas algumas pessoas. A ciência discorda. Não temos ideia se a fatalidade é 5%, 1% ou 0,3% – e, portanto, quão drástica deve ser a resposta.”
Para Jenkins, as estatísticas tem sido caóticas. “As “taxas” de mortalidade estão aquém das mortes. Estas são confundidas com “mortes hospitalares”. As manchetes destacam “a maioria dos casos por país” ou “a maioria das mortes por país”, não as mortes por milhão. No entanto, estamos à mercê dessas estatísticas. Eles são a matéria-prima pelas quais os formuladores de políticas checam a cada dia, para ver qual nível de lockdown devem impor às suas populações.”
Não surpreendentemente, a ciência está dando lugar a juízos de valor. Os regimes autoritários estão divergindo dos libertários. Os países em confinamento total (Espanha e França) são comparados aos países que praticam distanciamento social (Suécia e Coréia) e países como o Brasil, que não fazem nada disso. Como o professor de saúde pública global David McCoy disse semana passada, simplesmente não temos modelos que equilibrem “os danos diretos, visíveis e dramáticos da Covid-19 com os danos sociais e econômicos mais indiretos, crônicos e ocultos do lockdown“. Jenkins presume que evidências concretas começarão a surgir agora.
“A economia sofreu um duro golpe mês passado. Empresas estão arruinadas, sonhos destruídos e pessoas estão morrendo. Como no enigma do motorista que evita uma morte, mas à custa de cinco”, reflete Jenkins. “A tarefa é examinar as evidências e deixá-las dizer a verdade, não apenas a verdade que queremos que ela conte”.
E você? Na sua opinião, quem deveria decidir sobre os diferentes tipos de isolamento? O governo federal, estadual ou municipal? Deixe sua resposta nos comentários.
Crédito da imagem da capa: Getty
Eu acgo que deveríamos ouvir autoridades sérias, mas as decisões para fechar serem municipais! Há municípios sem casos…Não se pode tratar todos comocSão Paulo como referência! O Brasil é grande demais e a logística fica complexa…Fechar a Espanha é uma coisa e fechar um país quase do tamanho de um continente é complicado!
O Brasil é um país muito grande, cada estado é uma realidade diferente.
É precido governo ferderal agindo junto com prefeitos e governadores para pensatem na melhor ação para cada regiáo. Ações respautadas pela ciência e pelos dados atuais.
Negar a força do vírus e agir negando a vida, ou a economia não nos ajudará em nada.