Cuidados com a saúde. Essa é a área onde a inteligência artificial (AI) mais ganha força, e onde o impacto provavelmente será o maior – pelo menos no curto prazo.
O novo relatório da Accenture Consulting, chamado “Artificial Intelligence: Healthcare´s New Nervous System” projeta que o mercado da AI relacionado à saúde terá uma taxa de crescimento anual composta de 40% até 2021 – aumentando de cerca de US$ 600 milhões (2014) para US$ 6,6 bilhões.
Outro relatório de setembro do ano passado, feito pelo analista de tecnologia da CB Insights, Deepashri Varadharajan – que acompanhou, entre 2012 a 2016, startups de AI em diversas indústrias – já tinha mostrado que a área de cuidados com a saúde dominava todas as outras, seja em segurança, finanças, vendas ou marketing. Varadharajan calculou que havia 188 negócios em vários segmentos de saúde, entre janeiro de 2012 a setembro de 2016, no valor de US$ 1,5 bilhão de fundos de capital global.
Só que esse relatório da Accenture apresenta algo novo: sugere que os maiores retornos sobre o investimento em AI, para a saúde, são susceptíveis de vir de áreas onde a densidade (e o valor) dos negócios não são tão importantes neste momento. Por exemplo, essa duas áreas: imagens médicas & diagnósticos e descoberta de medicamentos.
A análise da Accenture aponta para 10 aplicações da AI que podem ter altíssimo retorno.
O topo da lista de investimentos é a cirurgia assistida por robô, de acordo com a Accenture. “A robótica cognitiva pode integrar informações de registros médicos pré-operatórios com métricas operacionais em tempo real tanto para guiar fisicamente o instrumento quanto para aprimorar a sua precisão”, explicam os autores do relatório. “A tecnologia incorpora dados de experiências cirúrgicas reais para informar aos médicos as técnicas aprimoradas e novos insights”.
Os consultores estimam que o uso dessa tecnologia cirúrgica, incluindo a aprendizagem de máquina (machine learning) e outras formas de AI, levará não apenas a melhores resultados, mas também uma redução de 21% no período de permanência hospitalar do paciente. Eles estimam que a cirurgia robótica inteligente irá retornar em “valor” US$ 40 bilhões até 2026.
O segundo uso valioso da AI, que eles projetam, virá de aplicativos de assistente virtual de enfermagem (US$ 20 bilhões), o que, em teoria, economizará dinheiro ao permitir que os provedores médicos avaliem remotamente os sintomas de um paciente para diminuir o número de “visitas desnecessárias do paciente”
Em seguida, são as aplicações inteligentes para o fluxo de trabalho administrativo (avaliado em US$ 18 bilhões), detecção de fraudes (US$ 17 bilhões) e redução de erros em dosagens (US$ 16 bilhões).
“Tanto estas como outras aplicações da AI, com a sua capacidade de aprender continuamente levará a melhorias na precisão e na eficiência”, dizem os autores. Sem dúvida, algo desejável por todos nós.