Todos nós conhecemos histórias de erros médicos. No Brasil não há uma estatística oficial e nem nos Estados Unidos eles são contabilizados oficialmente.
Porém, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins analisaram os dados de mortalidade nos EUA por oito anos. Eles constataram que mais de 250 mil mortes por ano são atribuídas a erros médicos, representando a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos, depois do câncer e das doenças cardíacas.
O estudo foi publicado nesta terça-feira (dia 3) no “British Medical Journal”.
Os pesquisadores alertam, que os erros médicos não decorrem apenas de médicos ruins, mas sim de problemas sistêmicos, tratamentos mal coordenados, falhas de comunicação, além de variações injustificadas nos padrões de prática médica, sem a devida prestação de contas.
Há muitos médicos que cometeram erros graves e ainda estão praticando a medicina em liberdade condicional. Para Dr. Martin Makary, que liderou a pesquisa, na medicina há um maior grau de tolerância do que se vê em outras indústrias.
Ele faz uma analogia com a indústria de aviação: quando os passageiros entram no avião, tudo que acontece segue um padrão. Quando ocorre um acidente, as investigações só terminam quando tudo fica esclarecido. Os pilotos no mundo todo aprendem com as investigações e os resultados são amplamente divulgados. Faz parte da segurança pública. Os hospitais deveriam fazer o mesmo.
“Medir o problema é o primeiro passo”, diz Makary. “Os hospitais que estão atualmente investigando mortes por erro médico têm poucos recursos. O que precisamos fazer é estabelecer padrões em nível nacional.”
Fonte: The Washington Post