A nossa audição também funciona por condução óssea, ou seja, o som também é transmitido diretamente para a orelha interna através da vibração da mandíbula e do crânio.
Com base nisso, pesquisadores alemães desenvolveram um sistema biométrico chamado SkullConduct que utiliza a condução óssea do som através do crânio do usuário para identificá-lo e autenticá-lo quando ele for usar óculos de Realidade Aumentada, como o Google Glass, Meta 2, e HoloLens.
O SkullConduct utiliza o microfone que já é incorporado em muitos destes dispositivos, junto com alguns eletrônicos (como um chip) para analisar a resposta de freqüência do som depois que ele viaja através do crânio da pessoa.
Os pesquisadores, da Universidade de Stuttgart, da Universidade de Saarland, e do Max Planck Institute for Informatics, constataram que as diferenças anatômicas individuais no crânio permitem identificar respostas de freqüência altamente específicas para cada pessoa. Essas diferenças podem ser usadas como um sistema biométrico.
O SkullConduct analisa a resposta de frequência de um sinal de áudio enviado através do crânio do usuário, funcionando como um sistema biométrico. (Crédito:. Stefan Schneegass et al./Proc. ACM SIGCHI Conference on Human Factors in Computing Systems)
O sistema combina a “Mel Frequency Cepstral Coefficient” (MFCC) – que é um método para extrair características usadas no reconhecimento automático da fala – com um algoritmo neural, que pode operar diretamente no dispositivo de Realidade Aumentada.
Os pesquisadores conduziram um experimento controlado com dez participantes e eles constataram que a resposta de frequência com base no crânio serve como um sistema biométrico robusto, mesmo se o usuário tirar e colocar o dispositivo várias vezes. As experiências mostraram que o sistema pode identificar com precisão de 97% os usuários e autenticá-los com uma taxa de erro de 6,9%.
Embora não tão preciso quanto o sistema biométrico CEREBRE (que agora pode identificar o “brainprint” de uma pessoa com 100% de precisão), o SkullConduct tem baixo custo, é portátil e não requer um sistema complexo para teste de usuário.
Fonte: Perceptual User Interfaces
