O arquiteto belga Vincent Callebaut continua surpreendendo com seu estilo notável de arquitetura sustentável futurista.
Essa semana ele divulgou o projeto de um complexo residencial que será erguido na Índia, chamado Hyperions em referência à árvore mais alta do mundo (a sequoia), com 115 metros de altura.
O Hyperions será um aglomerado de torres conectadas feitas de madeira incluindo uma fazenda urbana. Não somente a construção pretende ser eco-sustentável como o funcionamento do complexo em si conseguirá produzir mais energia do que consome num sistema de circuito fechado.
Proposto para Jaypee City perto de Nova Delhi na Índia, o Hyperions além da arquitetura diferenciada com torres ajardinadas também insere o conceito de agricultura urbana em um bairro notoriamente sufocado por concreto e poluição.
Crédito: Vincent Callebaut Architectures
Projetado em colaboração com o agroecologista Amlan Kusum, o Hyperions foi concebido para atingir dois objetivos principais: descentralização energética e desindustrialização dos alimentos. O resultado combina a agricultura urbana, materiais de base biológica, e planejamento de uso misto e auto-suficiente.
O projeto compreende seis torres de 36 andares cada uma. Haverá uma rede de pontes suspensas para que os residentes se desloquem entre as torres as quais serão construídas com madeira de origem sustentável vinda de uma floresta em Delhi. Reforçadas com aço, as torres de madeira apoiam-se sobre uma subestrutura de aço e concreto projetada para resistir a terremotos e tirando proveito da inércia térmica da Terra para o aquecimento e refrigeração natural.
Crédito: Vincent Callebaut Architectures
Estão previstos mil apartamentos de tamanhos variados, moradia estudantil, áreas sociais, incubadoras de empresas e espaços de escritório e de co-working. Os móveis serão feitos a partir de materiais naturais e reciclados,.
Callebaut diz que as torres vão ter extensa vegetação e os residentes poderão cultivar seus próprios vegetais em varandas, fachadas, telhados, e em estufas especializadas. As áreas serão integradas com os espaços agrícolas, e os arquitetos estimam que cada metro quadrado poderá produzir 20 quilos de frutas e vegetais que serão vendidos através de lojas locais de comércio justo.
O projeto também prevê a produção de peixes, além de pequenas fazendas com gado dentro das torres.
Crédito: Vincent Callebaut Architectures
O projeto foi concebido para conseguir uma pegada ambiental zero com um sistema de reciclagem que cuida da água cinza, da água negra, e do desperdício de alimentos no local. A energia para os edifícios é gerada através de turbinas eólicas e de sistemas fotovoltaicos.
“Nós agricultores urbanos’ defendemos que a conversão da agricultura mundial em técnicas orgânicas e a construção com origem biológica poderia reduzir as emissões mundiais de CO2 em cerca de 40% até 2030”, escrevem os designers do projeto. “Solidariedade, justiça e simbiose correta das ações humanas sobre a natureza: Esses são os nossos valores éticos”.
Callebaut garantiu à Gizmag que o projeto será concluído até 2022. Será interessante ver como ele ficará quando estiver pronto.
Fonte: Vincent Callebaut Architectures