Na lista dos 72 piores sistemas de saúde pública do mundo, o Brasil tem o título de “menos pior”.
Nosso país ocupa a 72ª colocação, de acordo com o relatório divulgado em Março de 2015 pela ONG Save the Children. O topo da lista é ocupado pela Somália.
Na realidade, os sistemas públicos de saúde do mundo todo, enfrentam dificuldades. Mesmos em países desenvolvidos como Austrália, Alemanha e Reino Unido.
Com este cenário negativo, haveria uma forma de melhorar o acesso à saúde? De facilitar o diagnóstico de doenças e acelerar a cura?
Sim! E o smartphone é um grande aliado nesse processo.
O smartphone irá democratizar o acesso à saúde para qualquer pessoa. Da rica à pobre. Daquela que vive em centros urbanos à outra que vive em áreas remotas.
E isso já está acontecendo!
Vamos ver neste artigo o que virá em tecnologia médica para o smartphone, a partir do que existe hoje e o que irá afetar a sua vida e os cuidados com a sua saúde.
Algumas coisas que já existem
Os smartphones já se transformaram em uma ferramenta acessível para diagnosticar com precisão doenças, como o câncer.
O D3 é um exemplo. Esse dispositivo pode ser adicionado a um smartphone e é capaz de diagnosticar com tanta precisão o câncer quanto os testes mais avançados, mas a um preço de apenas 1,80 dólar (cerca de R$ 6) por paciente.
Outro dispositivo que pode ser acoplado ao smartphone é o Netra. Criado pelo brasileiro Vitor Pamplona em Massachusetts, nos EUA, o Netra é capaz de realizar exames completos de visão — e diagnosticar o grau de miopia, hipermetropia ou astigmatismo do paciente.
Já é possível aos celulares realizar análises biológicas e detectar o HIV e outras enfermidades. No exame de sangue ELISA, uma amostra de sangue é colocada em um cartucho contendo os reagentes necessários. O cartucho é inserido no dispositivo de teste que por sua vez é conectado a um celular. Um aplicativo administra o teste e em 15 minutos a tela do celular exibe o resultado negativo e positivo.
Em Boston, a equipe do médico Ralph Weissleder, desenvolveu um dispositivo de ressonância magnética nuclear (RMN) que funciona acoplada ao smartphone. Com ele, os médicos demoram apenas uma hora para identificar se um nódulo suspeito é benigno ou maligno.
O futuro da medicina com o smartphone
Acabamos de ver alguns exemplos de como um pequeno celular pode levar avançada tecnologia médica para qualquer pessoa, em qualquer lugar.
Mas isso é só o começo.
O livro “The Patient Will See You Now” explica em detalhes como será o futuro da medicina e é repleto de previsões ousadas.
Escrito pelo Dr. Eric Topol, cardiologista e um dos pensadores mais inovadores da medicina no futuro digital, o livro foca na “democratização” da medicina através da digitalização e do smartphone.
Topol prevê que no futuro todos os exames de sangue, hoje realizados em um laboratório ou hospital, poderão ser feitos com a ajuda dos smartphones.
Os smartphones irão realizar exames médicos e até mesmo alguns exames físicos. Eles serão capazes até de detectar nosso estado de espírito e de humor.
Os hospitais como conhecemos hoje, não existirão mais. Na visão de Topol, a cama de hospital poderá ser na casa do paciente, com monitoramento dos sinais vitais por biossensores e com smartphones analisando e transmitindo dados.
No futuro, será possível fazer consultas virtuais usando o seu smartphone. Isso evitaria a necessidade de ter que se deslocar a um consultório médico.
No futuro, o seu smartphone poderá avisá-lo que o seu coração ou pulmão está começando a não funcionar bem antes de você começar a sentir os sintomas.
A nova “medicina de baixo para cima”
No futuro você mesmo irá gerar seus dados clínicos digitais e será proprietário deles, podendo compartilhar ou não com médicos ou outros pacientes.
Você terá, em tempo real, um banco de dados imensamente rico, com dados granulares à respeito da sua saúde, juntamente com máquinas inteligentes capazes de fazer muitos diagnósticos diferentes e fornecendo requintado monitoramento.
Os seus dados individuais no smartphone estarão conectados a um supercomputador que acessa instantaneamente toda a literatura médica do mundo.
Algoritmos incorporados em aplicativos de smartphones poderão analisar os dados médicos que você gera. Estes dados serão processados remotamente através de computação em nuvem por uma máquina médica que aprende continuamente sobre seus dados para lhe fazer recomendações.
Esta tríade entre você, seu smartphone com recursos médicos e o imenso poder de computação é a criação de uma força formidável para alterar o modo como os cuidados de saúde podem ser processados.
Topol chama isso de “medicina de baixo para cima” (bottom-up medicine), conceito no qual os pacientes digitalmente habilitados irão cuidar de sua própria saúde.
Todos esses dados – diagnósticos, informações e recomendações – que antes eram acessíveis apenas para os médicos – poderão ser acessados a qualquer hora, em qualquer lugar e de forma rápida por qualquer pessoa.
Esta nova “medicina de baixo para cima” pode mudar a relação médico-paciente para uma parceria em pé de igualdade.
A democratização da medicina
Existe uma outra dimensão para a democratização da medicina: a criação de um banco de saúde mundial.
Digamos que alguém tem um diagnóstico de câncer. Sabemos que cada caso de câncer é único. No futuro, o médico e o paciente poderão encontrar pessoas com casos parecidos, incluindo a sequência de DNA do câncer. Será possível acessar e cruzar quais os tratamentos foram utilizados e que resultados foram obtidos.
Em vez da valiosa informação de cada paciente ser exclusiva pra ele, poderia ser usada para ajudar outros pacientes a seguir o tratamento ideal e até mesmo a fazer prevenção.
No entanto, embora as pessoas possam estar dispostas a compartilhar suas informações médicas para ajudar outras, é preciso dar garantia de que os dados serão mantidos anônimos. Será necessário proteger a privacidade de cada indivíduo.
Com estas novas tecnologias digitais, os médicos terão a oportunidade para melhorar o atendimento aos seus pacientes e estabelecer uma comunicação mais ampla com eles. Mais do que nunca.
Fonte: The Patient Will See You Now: The Future of Medicine is in Your Hands.
Crédito: Getty Images
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