A consciência de que a diversificação em equipes de trabalho torna as empresas mais fortes está aumentando. Tanto é que o Google oferece um treinamento para os seus funcionários sobre “preconceito inconsciente” e a Intel investe 300 milhões de dólares para acelerar a diversidade da sua força de trabalho até 2020.

Mas o que a diversidade significa para os cargos públicos?

Ela pode tornar o governo mais eficiente e sensível aos cidadãos. Pittsburgh deu um belo exemplo, ao tornar a diversidade na contratação uma pedra angular de sua administração. A prefeitura criou um modelo de contratação inteiramente novo e com ampla participação dos moradores.

“Precisávamos de um sistema muito melhor (para contratação) do que o antigo sistema de máquina política que traz os amigos dos políticos e dos doadores de campanha”. William Peduto, prefeito de Pittsburgh.

 

Segunda maior cidade do estado da Pensilvânia nos Estados Unidos, Pittsburgh tem diversas indústrias de alta tecnologia instaladas, especialmente em biotecnologia e robótica. A cidade é uma das maiores produtoras de equipamentos robóticos do mundo, fora do Japão, e por isso o Wall Street Journal a chama de Roboburgh.

Quando William Peduto tornou-se prefeito em 2014, uma das suas prioridades era fazer com que a sua administração fosse tão diversificada quanto possível.

Ele teve a ideia de criar uma plataforma que recrutaria e avaliaria os candidatos para os cargos disponíveis. A prefeitura fez então uma parceria com a Fundação de Pittsburgh e com o Instituto de Política da Universidade de Pittsburgh para lançar o programa Talent City.

O Talent City criou um processo para que houvesse forte participação dos moradores na contratação da nova administração pública.

Por exemplo, para a escolha do chefe de polícia, foi realizada uma série de fóruns públicos em conjunto com os Conselhos de segurança pública em todas as seis zonas de policiamento de Pittsburgh. Ao participar dos fóruns, os moradores eram incentivados a compartilhar as suas ideias sobre como melhorar o policiamento, identificar as prioridades, e sugerir as qualidades que eles acreditavam ser essenciais para um chefe de polícia.

“Desde o início, nós queríamos construir uma nova administração com os melhores talentos para liderar a nossa cidade”. William Peduto.

 

O Talent City recebeu milhares de currículos de todo o mundo. Segundo Peluto havia sempre a diversidade e eles não tinham que correr atrás das pessoas talentosas, pois elas vinham espontaneamente.

Todos os candidatos foram analisados por um comitê de seleção com entrevistas conduzidas por consultores em recursos humanos. Das 45 pessoas contratadas, 55% são mulheres, e mais de um quarto são negros.

Maura Kennedy, a primeira mulher na história da cidade, contratada para diretora do Bureau de Inspeções de Construção, trouxe o escritório para a era digital, dando maior eficiência aos processos.

Já o Escritório Municipal de Investigações foi assumido pela primeira vez por uma mulher afro-americana, Deborah Walker, uma policial com 20 anos de experiência.

O Talent City – que recebeu 275 mil dólares de investimento – conseguiu formar uma equipe experiente e qualificada para ajudar a conduzir Pittsburgh a uma nova era de desenvolvimento. Um exemplo que poderia ser avaliado por outras cidades.

 

Fontes: Pittsburgh Foundation e Fast Company

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