Estima-se que 65% das crianças que hoje entram nas escolas, provavelmente irão trabalhar em funções que atualmente não existem.
Todas as mudanças tecnológicas que já estão impactando o trabalho representam apenas um vislumbre do que iremos ter nos próximos 15 a 20 anos. Mas, especialistas esperam que o ritmo das mudanças comece a acelerar a partir de 2020.
Funções de escritório e administrativas, bem como de fabricação e de produção, vão sofrer fortes declínios, afetando mais de seis milhões de postos de trabalho ao longo dos próximos quatro anos. Por outro lado, funções na área comercial, financeira e computacional irão aumentar.
O driver central para muitas destas transformações é o avanço da tecnologia, como a inteligência artificial, a impressão 3D, a robótica e a produção com utilização sustentável dos recursos.
Ao mesmo tempo, as novas tecnologias irão criar novas funções e permitir trabalhos remotos e espaços de co-working. Os avanços na tecnologia móvel e em nuvem que permitem o acesso remoto e instantâneo são apontados como o driver tecnológico mais importante dessa mudança, permitindo a rápida disseminação de modelos de serviços com base na Internet.
Tradução de O Futuro das Coisas (crédito: World Economic Forum)
Vale a pena refletir sobre como seria esse futuro do trabalho.
Nosso futuro local de trabalho pode não ser um escritório, mas áreas de trabalho interligadas e não vinculadas a um só lugar, mas a muitos lugares. Esses locais terão conferência virtual, conexão permanente e portabilidade.
Utilizando o Big Data, com informações do trânsito em tempo real, vamos conseguir reduzir o tempo de deslocamento entre casa-trabalho-escola-etc.
“A Quarta Revolução Industrial” permitirá modelos de negócios disruptivos, que descentralizam as economias, enquanto iremos expandir para uma economia de compartilhamento. Ativos de propriedade pessoal, como carros, vagas de garagem e quartos, irão diversificar as fontes de receitas das pessoas. Não é por acaso que ao longo de três anos, a Airbnb oferece mais acomodações do que algumas das maiores cadeias de hotéis.
Estes modelos de negócios disruptivos irão fundamentalmente remodelar a forma como fazemos negócios, tanto individualmente quanto para as empresas.
Essas mesmas tecnologias podem nos ajudar a encontrar soluções para alguns dos maiores desafios que atualmente enfrentamos, como as mudanças climáticas. Casas conectadas, fábricas e fazendas, que utilizam sistemas inteligentes de gestão de energia podem reduzir drasticamente o consumo de energia, o que contribuiria para a “descarbonização” das economias.
O que será absolutamente decisivo é como iremos preparar nossos filhos, nossos alunos e nossos colegas para que aproveitem o poder desta tecnologia para transformar o nosso mundo para melhor. Isso significa:
1- Garantir que as escolas preparem as crianças e os adolescentes para o futuro.
2- Dar incentivos para a aprendizagem contínua em sintonia com o ritmo do avanço tecnológico.
3- Reinventar o setor de RH, equipando-o para avaliar e preparar continuamente os funcionários.
4- Garantir que as gerações atuais e futuras não sejam deixadas para trás na corrida global das competências digitais.
Só assim conseguiremos revolucionar a forma como vivemos e trabalhamos de uma forma que evite as vicissitudes das revoluções industriais anteriores, e sim criando novas oportunidades econômicas que não tínhamos imaginado antes.