Um novo relatório da Oxford Martin School e Citi mostra como são elevados os riscos da automação do trabalho para os países em desenvolvimento.

Estima-se que os riscos sobre os postos de trabalho variam de 55% (no Uzbequistão) a 85% (na Etiópia) – sendo o maior risco nas principais economias emergentes, como a China e a Índia (77% e 69%, respectivamente).

O relatório Technology at Work v2.0: The Future Is Not What It Used to Be (Tecnologia no Trabalho v2.0: O Futuro Não É O Que Parecia Ser), conduzido por Dr. Carl Benedikt Frey, da Oxford Martin School’s, Michael Osborne e Dr. Craig Holmes, revelam que certos postos de trabalho estão em risco no mundo todo, bem como haverá disparidade no risco entre as cidades num mesmo país.

Risco dos empregosO risco para os empregos com a automação varia para cada país (crédito: World Bank Development Report, 2016)

 

O relatório nos dá uma análise profunda das vulnerabilidades de países e cidades com a automação do trabalho. Também explora o que a automação irá significar para os modelos tradicionais de crescimento econômico, e pontua como os governos podem se preparar para os impactos potencialmente disruptivos na sociedade.

Para se proteger contra a eliminação de postos de trabalho, eles consideram que cidades e regiões que investiram ou estão investindo em indústrias qualificadas permanecem relativamente a salvo de automação. Como era de se esperar, reforçam que a educação é uma ferramenta importantíssima a qual os responsáveis ​​políticos terão de alavancar para se preparar contra os efeitos da acelerada mudança tecnológica.

CITI PaísesFonte: Citi Research

Principais áreas de análise no relatório

– Enquanto historicamente a fabricação/manufatura permitiu aos países em desenvolvimento diminuírem a lacuna com os países mais ricos, é provável que a automação impacte negativamente sobre a capacidade de diminuírem esse gap, sendo necessários novos modelos de crescimento.

– O impacto da automação pode ser mais disruptivo nos países em desenvolvimento devido aos menores níveis de demanda dos consumidores. Com a automação e a evolução da impressão 3D, há um risco de “Desindustrialização prematura” nestes países.

– Mesmo dentro de países, o impacto da automação levará à divergência de riquezas em diferentes cidades. A expansão da automação significa que mesmo os trabalhos low-end estão em risco, deixando algumas cidades vulneráveis.

– O risco total nos EUA é de cerca de 47%. As cidades americanas com maior risco são Fresno e Las Vegas; as de menos risco são Boston, Washington DC, e Nova York. Em cidades relativamente qualificadas, como Boston, apenas 38% dos postos de trabalho são suscetíveis à automação. Em Fresno, pelo contrário, a percentagem é de 54%.

– Nas próximas décadas, projeta-se que o maior número de vagas de trabalho seja gerado na área da Saúde. Espera-se que sejam adicionados mais de 4 milhões de novos postos de trabalho nos EUA entre 2012 e 2022.

cidades americanas - risco47% dos empregos nos EUA estão em risco no total. O percentual de risco varia entre as cidades norte-americanas (crédito: Berger, Frey e Osborne/Citi Research report, 2015)

 

A maioria dos investidores questionados pela Citi acreditam que a automação representa um grande desafio para as sociedades e para os responsáveis ​​políticos. Porém, os pesquisados estão otimistas de que automação e a tecnologia irão ajudar a aumentar a produtividade ao longo do tempo, e acreditam que o investimento em educação será a resposta política mais eficaz para os potenciais impactos negativos.

“Aqueles que se especializam em habilidades facilmente automatizáveis estão em risco, enquanto que aqueles que administram o processo de renovação industrial, particularmente criando novas indústrias, estes têm a ganhar”, Dr. Carl Benedikt Frey.

 

Para Kathleen Boyle, Managing Editor da Citi GPS, a magnitude do desafio precisa ser reconhecido e uma agenda definida para abordar as necessidades educacionais, para minimizar o efeito negativo da automação sobre os trabalhadores. “E é crucial que esta conversa comece agora.”

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Aqui está o relatório completo (em Inglês)

Relatório complementar (em Inglês)

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