Chegar aos 70 anos, biologicamente saudável como se tivesse 50. Os cientistas acreditam que realmente seja possível retardar o envelhecimento e fazer as pessoas viverem com boa saúde até os 110 ou 120 anos.
Para comprovar essa hipótese, será realizado em 2016, o primeiro teste utilizando a Metformina, um medicamento utilizado para o tratamento do diabetes e considerado pelos cientistas como o melhor candidato para o teste.
A Metmorfina já foi comprovada em pesquisas que pode prolongar a vida de animais. Ratos tratados com ela aumentaram a expectativa de vida em cerca de 40%.
Agora, a FDA (Food and Drug Administration) nos Estados Unidos deu o aval para que fosse testado e avaliado se os mesmos efeitos antienvelhecimento podem ser replicados nos seres humanos.
O novo ensaio clínico chamado Targeting Aging with Metformin (TAME) está programado para começar no próximo ano. Cientistas de diversas instituições estão atualmente angariando fundos e recrutando 3.000 voluntários entre 70 a 80 anos de idade que já tenham câncer, doenças cardíacas ou demência ou que tenham risco de desenvolver essas doenças.
O teste sendo bem sucedido poderá dar início a uma nova era em que os médicos deixariam de lutar contra doenças como o câncer, diabetes e demência, para em vez disso tratar do mecanismo subjacente – o envelhecimento.
“Esta seria a intervenção médica mais importante na era moderna, a capacidade de retardar o envelhecimento”. Dr. Jay Olshansky, PhD.
Envelhecer pode ser evitável
Envelhecer não é algo inevitável: todas as células contêm um blueprint de DNA que poderia manter o nosso corpo funcionando corretamente por um longo tempo.
No entanto ao longo da nossa vida, bilhões de divisões celulares ocorrem para manter o nosso corpo funcionando bem. Acontece que quanto mais vezes as células se dividem, mais erros podem acontecer, e o corpo passa a não conseguir se recuperar dos danos. No caso do câncer, as células já não têm a capacidade de se livrar das mutações, e os tumores se desenvolvem.
Como evitar ou reparar esses erros?
O Dr Simon Melov, PhD, do Instituto Buck de Pesquisa sobre o Envelhecimento, na Califórnia, responde que se houver uma terapia para um fenômeno biológico e universal (o envelhecimento) e que dá origem a diversas doenças, simplesmente estas doenças deixariam de existir.
Se os resultados observados nos animais forem reproduzidos nos seres humanos no TAME, os cientistas esperam aumentar a expectativa de vida em cerca de 50%.
O Professor Gordon Lithgow, PhD, também do Instituto Buck, prevê que, no futuro, os jovens podem tomar algum tipo de ‘vacina’ para retardar o envelhecimento. Ele acredita que isso poderia ter um impacto muito maior no prolongamento da vida da população do que encontrar uma cura para o câncer.
Para ele, caso fosse possível curar todos os tipos de câncer, só iria aumentar a expectativa de vida em cerca de três anos. Mas, se nós pudessem retardar o processo de envelhecimento, poderíamos melhorar drasticamente a forma como vivemos ao longo dos anos.
“Ao conseguirmos retardar o envelhecimento, poderemos abrandar todas as doenças e patologias do envelhecimento, e isso seria revolucionário.” Professor Gordon Lithgow, PhD.
Revolução na saúde pública
Apresentando o novo estudo no documentário Breakthrough da National Geographic: The Age of Ageing, o Dr. Jay Olshansky, da Universidade de Illinois Chicago, afirmou que se conseguirem retardar o envelhecimento nos seres humanos, mesmo que apenas um pouco, isso seria monumental. As pessoas poderiam ficar mais velhas, e sentindo-se jovem.
Há uma grande variedade de problemas relacionados com a idade, como perda do tônus muscular, tonturas, quedas, demência, perda de visão. Com o medicamento antienvelhecimento, todas essas coisas não aconteceriam ou demorariam a acontecer.
Sem dúvida, se tudo der certo, esta seria a intervenção médica mais importante na era moderna. Seria uma revolução na saúde pública.