Senta, levanta, ascende, apaga
Preto e o branco, se alegra, se estraçalha
Se começa, se acaba
Um trem desenfreado, um mar em dia calmo
Que dorme, acorda
Se vai e se volta
Amanhece, anoitece
Cai a chuva, vem o sol
E esquenta, mas esfria
E essa loucura termina?
Não termina; e te desafia
Mas o eterno infinito se limita
Roda, roda, a roda da vida
É espiral quando se olha pra cima
Do vai e vem da poesia
Do silêncio à melodia
Faz orquestra, faz meditação
De sorrisos no rosto
Grande decepção
Da alegria à dor – um malabares
Montanha Russa, meu amor!
Mas, enfim, se equilibra o pêndulo da vida
Ao terminar este soneto
Ainda que antes do desfecho
Cerram-se todas as antagonias
E o caminho do meio surge
Nos olhos do futuro
Onde a paz encontras-tu
Que tanto te necessitas
Crédito da imagem: Catello Gragnaniello