A medicina anti-envelhecimento cresce a cada dia. O tamanho do mercado é estimado próximo a US$ 300 bilhões.
Grandes empresas como Google e Human Longevity Inc (HLI), e ainda, o pioneiro das células-tronco, Robert Hariri, e também um dos pioneiros no sequenciamento do genoma humano, Craig Venter, estão na corrida para encontrar soluções que abrandem os efeitos do tempo sobre o corpo humano.
No entanto, a medicina anti-envelhecimento está quase inteiramente focada em biologia.
Isso significa que a busca para retardar o declínio do corpo e da saúde – declínio relacionado com o avanço da idade – está concentrada na intervenção à nível celular, à nível molecular e à nível genético.
Aubrey de Grey, fundador da Methuselah Foundation and Cambridge, argumenta que existem apenas sete áreas de deterioração celular que se correlacionam com o envelhecimento:
– perda de células,
– células resistentes à morte,
– mutações nucleares,
– mutações do DNA mitocondrial (DNAmt),
– ligação cruzada (de proteína),
– lixo no interior das células,
– lixo fora das células.
Assim, de Grey também argumenta que o segredo para uma vida longa é a inversão destas sete degradações biológicas.
Estudiosos estão começando a destrinchar o mecanismo do envelhecimento. Basicamente, os telômeros, complexos DNA-proteína encontrados nas extremidades dos cromossomos, afetam a rapidez com que as células envelhecem.
Telômeros mais curtos estão associados a um grupo de doenças relacionadas à idade. Descobrir maneiras de manter nossos telômeros mais compridos é uma das principais frentes na batalha do anti-envelhecimento.
A chave da eternidade pode estar em outro lugar.
A vanguarda da medicina anti-envelhecimento foca no corpo.
Porém, uma abordagem igualmente importante está sendo cada vez considerada: a mente e o bem-estar.
De certa forma, não há nada de estranho nesta perspectiva. Milhares de estudos têm mostrado uma correlação direta entre o bem-estar e a longevidade.
Ernest L. Abel e Michael L. Kruger, da Wayne State University, fizeram um estudo analisando fotografias de jogadores de beisebol tiradas em 1952.
O que a pesquisa descobriu foi que “intensidade do sorriso”, no que diz respeito ao seu tamanho e à sua autenticidade – estavam significativamente correlacionados com a longevidade.
Jogadores que não sorriam nas fotos viviam 72,9 anos; aqueles com um largo e espontâneo sorriso no rosto viviam 79,9 anos, uma diferença de sete anos.
Este é um dos estudos que deixa claro que as investigações sobre a relação bem-estar e longevidade se tornaram tão rigorosas que os resultados podem ser utilizados para fazer algumas previsões futuras.
Dieta e controle do estresse
Em 2013, cientistas da UC San descobriram que mudanças na dieta e no controle do estresse podem alongar o comprimento dos telômeros, parte dos cromossomos que afetam o envelhecimento.
Esse estudo mostrou que a combinação de uma dieta baseada em vegetais (intervenção biológica), com a redução do estresse (via yoga, exercícios de respiração, exercícios moderados e meditação) e com o suporte de grupos (social) podem resultar em telômeros 10% mais longos.
O que todos esses estudos nos mostram é que a longevidade exige uma compreensão muito mais rigorosa da conexão mente-corpo.
Nos próximos anos veremos novos estudos mapeando a nossa psicologia na nossa biologia. É um novo campo que irá nascer, a psico-gerontologia, e pode ser a peça-chave no quebra-cabeça do anti-envelhecimento.
Fontes: Singularity Hub, Pacific Standard e University of California San Francisco.