O cérebro humano é uma estrutura complexa e o conhecimento científico sobre ele tem sido duramente conquistado. Mas, nos últimos anos, os cientistas começaram a entender melhor o seu funcionamento. Houve grandes saltos em neurociência para ser possível começar a “quantificá-lo”.

Esse avanço está permitindo o desenvolvimento de novas tecnologias que capturam dados em tempo real desse órgão. Começa a surgir no mercado soluções – tanto para uso médico como direto para o consumidor – que possibilitam o monitoramento e a avaliação do cérebro.

Veja a seguir três tecnologias que foram apresentadas durante o Exponential Medicine 2015, da Singularity University.

Tecnologia para anestesistas

Divya Chander está hackeando o cérebro para entender como funciona a consciência humana.  Neurocientista formada em Harvard e professora do departamento de anestesia da Universidade de Stanford, ela desde 2009 começou a medir a profundidade da consciência de seus pacientes em tempo real, usando o EEG e espectrogramas que categorizam as frequências cerebrais.

Atualmente Chander está desenvolvendo um dispositivo vestível (wearable) que vai medir e monitorar o funcionamento do cérebro de um paciente antes, durante e depois do procedimento, ou seja, ao longo de todo o perioperatório.

“Nós queremos plotar o sono de cada paciente, na noite anterior do procedimento, durante a operação e no pós-operatório para nos certificarmos de que ele não tem disfunção cognitiva ou delírio” Divya Chander.

 

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Divya Chander (Exponential Medicine)

 

Tecnologia para crianças com autismo

Arshya Vahabzadeh trabalha no cruzamento da medicina acadêmica e da neuro-tecnologia. Ele é vice-presidente de estratégia de saúde da Brain Power, empresa que está desenvolvendo o Empowered Brain, um dispositivo neuro-assistencial para crianças com autismo.

Usando software que é executado no Google Glass, o Empowered Brain decodifica todo o espectro de emoções para estas crianças.

O software ensina habilidades sociais e de comunicação – como por exemplo vincular uma expressão facial com uma emoção correspondente – por meio de gamification e realidade aumentada. O software também registra continuamente os dados comportamentais neuro fisiológicos e, em seguida, fornece feedback intuitivo tanto para a criança quanto para os seus pais.

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Empowered Brain

Tecnologia mobile

Corinna Lathan acredita que existe um enorme custo em ignorarmos a saúde do nosso cérebro.

Ela é fundadora e CEO da AnthroTronix e recentemente publicou um estudo mostrando que frequentemente, as pessoas que cuidam de pacientes com doença crônica, tornam-se a “segunda vítima”, ou seja, elas também prejudicam o funcionamento do seu próprio sistema cognitivo.

Lathan espera que através do monitoramento mais de perto do cérebro, possamos tomar ações para melhorar de forma proativa a nossa saúde e amenizar ou prevenir o declínio cognitivo.

Durante a Exponential Medicine, Lathan apresentou o DANA, um software médico da AnthroTronix, já aprovado pela FDA e que foi especificamente criado para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos para diagnósticos e avaliações do funcionamento cognitivo.

O DANA representa um impulso para que as avaliações cerebrais comecem a fazer parte da rotina dos cuidados com saúde, da mesma forma como a pressão arterial é medida durante a visita ao médico.

Corinna Lathan

Corinna Lathan (Exponential Medicine)

O Futuro

Sim, estamos entrando numa era que nós poderemos medir e avaliar mais facilmente as nossas funções cerebrais e condições neurológicas, da mesma forma como podemos medir hoje nossos batimentos cardíacos. É esperar para ver.

O Futuro das Coisas

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