No Gartner Symposium/ITxporealizado semana passada em Orlando (EUA), a Gartner destacou as principais tendências de tecnologia que serão estratégicas em 2016 para a maioria das empresas, e que irão gerar oportunidades de negócios digitais até 2020 para quem atua na área de TI.

As tecnologias eleitas têm elevado potencial para causar uma disruptura em diversas indústrias, e a Gartner prevê riscos se forem adotadas tardiamente. Tais tendências têm uma influência nos planos da empresa a longo prazo, nos seus programas e iniciativas.

A Gartner é empresa líder de pesquisa em tecnologia de informação (TI) e o Gartner Symposium é um encontro que reúne CIOs e executivos seniores de TI do mundo todo.

1- Robos-escritores criarão conteúdo

Em 2018, 20% do conteúdo das empresas será de autoria das máquinas. O conteúdo, baseado em dados e informações analíticas, será transformado em escrita com linguagem natural por tecnologias que podem estruturar esse conteúdo pró-ativamente e disponibilizá-lo por meio de motores automatizados. Os conteúdos que atualmente são escritos por pessoas, tais como relatórios de acionistas, documentos jurídicos, relatórios de mercado, comunicados de imprensa e documentos técnicos serão os principais candidatos para essas ferramentas.

2- Informação de Todas as Coisas

Tudo na malha digital produz, utiliza e transmite informação. Estas informações vão além do texto, áudio e vídeo para incluir a informação sensorial e contextual. Informações de Tudo (Information of Everything) resolvem este afluxo com estratégias e tecnologias para conectar dados e informações vindos das mais diversas fontes. Avanços nas ferramentas semânticas, bem como outras tecnologias emergentes de análise e classificação de dados vai trazer significado para uma grande quantidade, muitas vezes caótica, de informações.

3- As “coisas” irão precisar de ajuda

Em 2018, seis bilhões de coisas estarão conectadas e solicitando suporte. Em 2021, um milhão de novos dispositivos da Internet das Coisas serão comprados a cada hora. O que acontecerá quando estas “coisas” necessitarem de ajuda e suporte? As empresas terão que desenvolver estratégias e mecanismos de resposta diferentes do que quando se comunicam e resolvem problemas para os humanos.

4- Aprendizagem profunda da máquina

A explosão de diversas fontes de dados e a complexidade das informações tornam a classificação e a análise da forma que são feitas hoje, inviável e não rentável. As redes neurais profundas (deep neural nets – DNN) automatizam a compreensão da informação, tornando possível contornar os desafios da “Informação de Tudo“. Os DNNs possibilitam que máquinas baseadas em hardware ou software aprendam por si próprias as caraterísticas do ambiente à sua volta, indo dos detalhes aos conteúdos mais abrangentes. Esta área evoluirá rapidamente e as empresas devem entender como podem aplicar estas tecnologias para ganhar vantagem competitiva.

5- Agentes e coisas autônomas

O aprendizado de máquinas abre as portas para um mundo de máquinas inteligentes. Incluindo robôs, assistentes pessoais virtuais e veículos, que agem de forma autônoma. Google Now, Siri e Cortana estão ganhando inteligência e são os precursores dos assistentes virtuais que serão criados para aprender por si mesmos e que se tornarão a única interface com que nós usuários teremos que interagir, em vez de usarmos botões e menus. As empresas de TI devem explorar como podem aumentar a produtividade humana, libertando as pessoas das tarefas que estes agentes e coisas autônomas podem realizar.

6- Assistentes digitais irão manter conversas com clientes

No final de 2018, assistentes digitais irão reconhecer os clientes de uma empresa pelo rosto e pela voz em todos os canais de comunicação. A experiência multi-canal do cliente vai dar um grande salto com as conversas de duas vias entre clientes e assistentes digitais, numa experiência que vai imitar as conversas humanas, tanto no ouvir como no falar, com senso de história, contexto, e capacidade de resposta.

7- A rede dos dispositivos

Esse termo refere-se à expansão de endpoints usados por pessoas para acessar aplicações e informações ou para interagir com outras pessoas, comunidades sociais, governos e negócios. Essa rede inclui dispositivos móveis, wearables, dispositivos eletrônicos de consumo e para residências, dispositivos automotivos e de meio-ambiente – como sensores na Internet das Coisas (IoT). No mundo pós-mobile, o foco muda para o usuário móvel que é cercado por uma malha de dispositivos que vão bem além dos dispositivos móveis tradicionais. A previsão é que, com o aumento das conexões e a evolução dessa malha, a interação cooperativa entre dispositivos também aumente.

8- Ambiente de experiência do usuário

Ambientes imersivos que entregam realidade aumentada e realidade virtual têm grande potencial, mas representam apenas um lado da experiência para o usuário. A rede de dispositivos cria as bases para uma nova experiência, que deverá ser contínua, fluída ao longo de um conjunto de dispositivos e de interação de canais que misturam ambientes físicos, virtuais e eletrônicos, à medida que o usuário se move de um lugar para o outro. Até 2018, desenhar estas experiências avançadas será um grande diferencial para empresas desenvolvedoras de softwares e apps.

9- Materiais impressos em 3D

Até 2019, haverá uma taxa de crescimento anual composta de 64,1% nas vendas de impressora 3D para empresas, o que exigirá uma reformulação dos processos de linha de montagem e de cadeia de suprimentos para explorar essa tecnologia. A impressão 3D terá uma expansão constante ao longo dos próximos 20 anos, seja nos materiais que podem ser impressos, melhora na velocidade com que os itens podem ser impressos e surgimento de novos modelos para imprimir e montar peças de compósitos.

10- Arquitetura de segurança adaptativa

No final de 2018, 20% dos edifícios inteligentes terão sofrido algum “vandalismo” digital. A complexidade do mundo digital e o surgimento da economia algorítmica, combinados com a indústria do cyber crime, aumentam significativamente as ameaças. Isso exigirá das empresas uma forte estratégia de segurança com medidas para prevenir, detectar e responder aos ataques. Aplicações de autoproteção, bem como analytics para o comportamento de usuários e entidades, irão ajudar a cumprir a arquitetura de segurança adaptativa.

11- Arquitetura avançada de sistema

A rede digital e as máquinas inteligentes exigem uma arquitetura de computação que as tornem viáveis para as empresas. A solução são as chamadas arquiteturas neuromórficas ultra-eficientes. Estas são alimentadas por field-programmable gate arrays (FPGAs), possibilitando maior velocidade e eficiência energética. Sistemas construídos em FPGAs funcionarão como cérebros humanos permitindo que as capacidades avançadas de “aprendizado de máquina” se espalhem por todos os endpoints da Internet das Coisas, tais como casas, carros, relógios de pulso e até mesmo seres humanos.

12- Rede de aplicações e arquitetura de serviço

Possibilitada por serviços de aplicativos definidos por software, essa nova abordagem permite desempenho em escala web, flexibilidade e agilidade. Empresas de TI devem desenvolver novas arquiteturas modernas que entreguem na Cloud aplicações ágeis, flexíveis e dinâmicas.

13- Plataformas da Internet das Coisas (IoT) 

A IoT complementa a rede de apps e a arquitetura de serviço. A gestão, segurança, integração e outras tecnologias são a base para construir, gerir e manter elementos na IoT. Empresas de TI já estão trabalhando intensamente nestas plataformas para que estas arquiteturas e tecnologia tornem-se realidade. Qualquer empresa que abrace a IoT necessitará desenvolver uma estratégia de plataforma adequada.

14- Máquinas inteligentes no trabalho

Em 2018, 45% das empresas com rápido crescimento, terão menos funcionários ao utilizarem máquinas inteligentes. Considerando a rapidez, a redução de custos e melhorias na produtividade, as startups, os supermercados, hotéis e empresa de segurança e vigilância, serão as primeiras em optar por máquinas inteligentes. Em 2018, mais de 3 milhões de trabalhadores em todo o mundo serão supervisionados por um “robô-gestor”, que irá processar mais rapidamente métricas de desempenho e também exercer funções de supervisão e tomar decisões sobre recursos humanos e política de incentivos.

15- Funcionários terão a saúde monitorada

Em 2018, dois milhões de trabalhadores deverão estar usando dispositivos de saúde e acompanhamento para fitness como uma condição para trabalharem. Para aqueles cujos postos de trabalho são perigosos, insalubres ou fisicamente extenuantes, estes dispositivos portáteis irão fazer o monitoramento remoto dos batimentos cardíacos, da respiração e, dos níveis de estresse, para enviar ajuda imediatamente, quando necessário.

Fonte: Gartner

Crédito da imagem: Shutterstock.

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